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NIOAQUE

Piscicultor prioriza espécies regionais e planeja diversificar produção com defumados

Rafael iniciou atividade há menos de dois anos e planeja diversificar produção

Rafael produz as espécies mais apreciadas, Pacu e Pintado / Arquivo Pessoal

A história de empreendedorismo de Rafael Guerra Rosa, 31 anos, começou há menos de dois anos quando mudou de Brasília (DF) para o município de Nioaque. Os pais são proprietários de uma fazenda localizada a 60 km da cidade e ali, o jovem observou uma oportunidade de diversificar a atividade pecuária que é tradição na família.

Rafael conta que consultou o Sindicato Rural, o qual solicitou ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), o atendimento da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) focada em piscicultura. A turma inicial teve 10 produtores, e atualmente soma 22 participantes.

Produtor está confiante na rentabilidade da atividade em piscicultura

“A propriedade tem um potencial hídrico muito bom, por isso, arrendei uma parte na qual foram construídos tanques em um espaço de sete mil metros. Nosso foco foi a produção de Pintado e Pacu, espécies nativas da Bacia do Pantanal. Na minha opinião temos que valorizar este pescado que é parte de nossa identidade regional”, argumenta.

Com apoio da equipe do ATeG Piscicultura, o produtor já comercializou uma leva de pacu e até dezembro será a vez dos pintados. Em abril deste ano, durante as comemorações da Semana Santa, foi realizada a 1ª Feira do Peixe em Nioaque e Rafael teve oportunidade de comprovar a lucratividade da piscicultura.

“Comercializamos 500 kg de peixe em dois dias de evento e eu só não vendi mais porque o produto acabou. É muito gratificante quando observamos os resultados positivos de uma atividade feita com técnica e gestão e isso foi possível com a assistência técnica do Senar/MS”, observa.

Produção é focada nas espécies Pacu e Pintado

Rafael acrescenta que a piscicultura pode não ser a atividade pecuária principal, mas, funciona como um importante incremento na renda das propriedades rurais do Estado. “Eu participei de vários cursos do Senar/MS e agora estou iniciando a produção de peixes processados, como os defumados, por exemplo. Além de terem alto valor agregado dão um sabor especial para as espécies nativas da região”, conclui.

CENÁRIO REGIONAL

Segundo informações da coordenação do ATeG Piscicultura, atualmente são atendidos 140 produtores em 23 municípios de Mato Grosso do Sul. Na avaliação do zootecnista responsável, André Luiz Nunes, que está no programa desde o início do atendimento, o maior desafio foi profissionalizar a atividade que era feita sem controle de despesas, manejo específico e ainda encontrar canais de vendas para escoar a produção.

“Em quase cinco anos de atendimento podemos dizer que o maior destaque foi a profissionalização dos produtores. Antes a produção era feita sem nenhum nível de tecnologia ou equipamentos. Com a ATeG, eles conseguiram visualizar as despesas, encontrar vários fornecedores e tecnificar a produção. Outro detalhe importante foi a qualidade do pescado que melhorou, pois, era comum ouvir que os peixes tinham gosto de ‘barro’. Agora isso não existe mais”, enfatiza o especialista.

Propriedade rural está localizada a 60 km de Nioaque

Em 2018, Mato Grosso do Sul obteve o 10º lugar no ranking nacional de piscicultura, com 26 mil toneladas produzidas. Conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre janeiro e julho de 2019, o Estado comercializou cerca de US$ 2,6 milhões em pescados. Em comparação ao mesmo período do ano passado, as vendas de tilápia aumentaram 42% chegando aos US$ 160 mil.

“O cenário da piscicultura foi alavancado pela produção de tilápia nos últimos cinco anos, a qual se refletiu aqui no Estado nos últimos três anos. Contudo após o período de expansão, houve estabilização do mercado regional e nacional em razão do aumento na oferta do produto no mercado. Entretanto, a produção de peixe nativo continua forte e com demanda aquecida para os produtores”, argumenta Nunes.

CARACTERÍSTICAS HIDRICAS

Mato Grosso do Sul é banhado por duas importantes bacias hidrográficas que são o Rio Paraguai e Paraná, explica o coordenador do ATeG Piscicultura. Cada uma possui diferenciais que limitam a produção de peixes exóticos como a Tilápia, Tucunaré, Peixes Híbridos, Matrinxãs e Tambaquis.

“É importante saber qual espécie se adapta melhor nas regiões próximas a essas bacias, por isso, é importante que o produtor que tenha interesse em iniciar a atividade de piscicultura procure orientação profissional. Como qualquer outra atividade, a produção de pescado é rentável economicamente, quando produzida de forma correta”, acrescenta.

VITRINE TECNOLÓGICA

No dia 28 de setembro, a Fazenda Sucupira, localizada em Nioque, recepcionará os produtores interessados em conhecer mais informações sobre a produção de pescados.

A Vitrine Tecnológica acontecerá das 7h30 às 11h30, com programação que prevê: apresentação dos resultados do ATeG Piscicultura, Dicas na qualidade de Água e Aeradores e como planejar o inicio da atividade pecuária.

O evento é gratuito e maiores informações podem ser adquiridas no Sindicato Rural do município, localizado na Rua 15 de novembro, 536, Centro. O telefone de contato é 67) 3236-1680.

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