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Crônicas

A Dança das Cadeiras e a Dança do Bate Pau

Um povo habitante duma floresta, que tenta eleger um rei, então começa uma disputa, fazendo com que a democracia tão propalada seja atropelada, e esta colocasse um dos leões como inelegível, e a briga recomeça entre outros leões e cordeiros, bem como com os lobos, tartarugas e lebres e às vezes um ou outro gavião ronda a seleção.
 
Então, inicia o processo, (oh, palavrinha temida nesta época...) processo de seleção dos aptos, dos inaptos e dos inaptos que se julgam aptos a apitar nas urnas...e é aí que o bate boca começa na floresta,  pois um dos Leões ruge feroz, mas ninguém liga, dizem que ele já não tem mais dente, outros dizem, é uma lebre, tem largada, outro é tartaruga que quer ser fábula, e o lobo, que abocanha e morde tudo que chega nele, mas se afasta com os nacos mordidos e a disputa prossegue, no braço, na juba, no casco e no dinheiro vivo sem recibo!
 
E o povo da mata quase se mata para eleger SEU REI, pois o outro deve perder o trono e dizem os outros que quem já foi rei, não perde a majestade, e quando cai um entra outro e este acha que ganha, e ?nóis dirruba?, e pelas beiradas da mata a tartaruga sonha, em vão! Esta história de raio cair duas vezes no mesmo lugar é quase lenda.
 
O povo da mata central arrebanha com churrasco os povos defensores das matas indígenas, e lutam ferozmente pelo seu rei que não pode perder a coroa, muito menos para um coroa que já a usou e ousou também de muito churrasco no mesmo espeto, e junto vem o lasca pau, bate-boca com bate -pau .
 
Mas afinal, a final foi desigual, e virou pau a pau,  mas quem levou foi quem não ganhou e quem ganhou nada levou...mas pau mesmo foi na câmara dos iguais que de iguais não tem nada a não ser o título que ostenta poder, e este poder é até não poder mais!
 
Um diz-diz que é pra certo o reinado do leão das arábias, e outro diz que o leão de Luzeiro, de linhagem reconhecida se entrar, não sai mais, e a briga vai até de bater  com pau, mas e o reinado, quem será o maioral?
 
Os leoninos do povão, de ambos os lados eleitos, estupefatos, brigantes, dentes afiados com microfones nas mãos, se unem aos comedores de verdura e folhas diversas, considerados calmos, mas estavam de dentes em punho, com galhos na mão, descendo lenha em quem ganhou e às vezes se perguntam se vale a pena não ter presas, mas podem tornar-se presas dos que ganharam, pois foram escolher o lado perdedor... e o novo rei é empossado ?provisoriamente? e o bate-pau  recomeça na edilidade com os argumentos que durem enquanto perdurem...posto que é chama!
 
A floresta pegando fogo, os apagantes pedem ajuda do povo, mas estes querem ver o circo pegar fogo também, só que não percebem que todos nós somos ocupantes desta mata que tornou-se um circo, onde todos riem e lascam o pau no dono do picadeiro, e ao mesmo tempo que querem soltar as feras se esquecem de que quem está sentado na arquibancada pode ser seu filho, esposa, comadre ou alguém querido, que com certeza será vítima desta guerra.
 
Se o circo pegar fogo, temos que nos unir em apagar este incêndio, e ajudar o dono do picadeiro no seu  ?reinado?, recomeçar das cinzas e como a Fênix, surgir uma mata renovada, e a floresta toda sai ganhando, pois se o dono do circo fizer somente a alegria dos seus pupilos, comissionados e amiguinhos, ficará o restante sem apoio, seus bairros sem melhorias porque não ajudou apagar o incêndio, não! Devemos cobrar do rei leão eleito, se não no pleito, que seja no peito, que olhe por todos os lados da floresta, e deixar os juristas que cabem julgar, que julguem se o pleito valeu ou não, pois se foi contrário a alguns, foi com certeza favorável a outros.
 
Fim de papo na mata, fim de eleição, mas início de uma gestão, onde todos da floresta urbana ou rural devem ser atendidos pelo leão mor, com hospitais, escolas, secretarias, independente se dançaram a dança ou foram pro bate -pau apenas! Esqueçam a troca- troca de cadeiras, pois o que devemos nos lembrar sempre, é que leão com leão se entende, são felinos e carnívoros, topo da cadeia alimentar, e quando têm fome, querem comer o que está abaixo, ou seja, a base da cadeia, e esta base de troca- troca sempre quem perde é a população!
 
Deixem de bater o pau e deixem o reinado deslanchar, cobrando e exigindo de ambos os lados, que sejam cumpridas as promessas de campanha, caso contrário, o prejuízo será pra todos nós se assim continuar. 
 
 
Flávio G Carneiro - janeiro 2013, cidadão aquidauanense.

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