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Rev. Vivaldo Melo

Homossexualismo

*Rev. Vivaldo da Silva Melo

Em meados do ano passado, na minha terra - Dourados - uma polêmica esteve em curso, quando a Igreja Presbiteriana Central (conhecida com o Igreja do relógio) colocou uma faixa, em local estratégico, condenando a prática do homossexualismo. No âmbito da discussão uma professora, em texto publicado por conceituado jornal, definiu a ação como "discriminatória", associando-a a exemplos questionáveis da história e evocando uma interpretação no mínimo duvidosa de um texto do apóstolo Paulo. Particularmente entendi que o posicionamento da referida Igreja se deu num momento impróprio, pois aconteceu no dia da parada gay. Mas, sustentei que um cristão ao manifestar um ponto de vista contrário à prática homossexual, não está discriminando ninguém. Trata-se de um posicionamento que tem respaldo na interpretação que faz das próprias Escrituras.

Na verdade quando dizemos que somos contra o homossexualismo estamos externando um ponto de vista que não é unilateral dentro do cristianismo. E isto é legítimo num mundo de idéias. Entendemos que o homossexualismo é claramente condenado pelas Escrituras. E podemos citar como argumento central o fato de Deus ter criado "homem" e "mulher" e instituído, nos primórdios da humanidade, o casamento heterossexual (Gn. 1, 27 e 2,24). Além disto, vários textos do Velho Testamento mostram a desaprovação do homossexualismo da parte do criador, com ações duríssimas, entre elas a eliminação do cananitas (Lv. 18, 22-29) e a destruição de Sodoma (Gn. 29,5). Outros textos definem claramente um posicionamento, como Levíticos 18, que trata das "uniões proibidas" (definição da bíblia católica, edição pastoral). No versículo 22 lemos: "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação". O princípio é claro e irrefutável.

No Novo Testamento, já que muitos podem argumentar que na "nova aliança" Deus muda de postura em relação ao seu projeto original, as coisas não mudam. Se o apóstolo Paulo vivesse hoje seria alvo de inúmeras críticas, pois concebia o homossexualismo como "desonroso" (Rm. 1,24), "paixão infame" e "relação contrária à natureza" (Rm. 1,26) e como "fruto de uma disposição mental reprovável" (Rm. 1,28). Há concordância hermenêutica entre todos os evangélico - sejam históricos, pentecostais ou neo-pentecostais - sobre esses textos. Dentro do catolicismo o papa João Paulo II teve a mesma compreensão.

Entendemos, portanto, que a prática homossexual é condenável, da mesma forma que muitos condenam abertamente os absolutos que defendemos como matérias irrevogáveis de fé. É preciso que nossos críticos saibam, também, que na perspectiva evangélica o homossexual, como um ser criado por Deus, deve ser alvo de amor. Ou seja, embora a prática seja condenável, o sujeito da ação deve ser alvo de amor. E é exatamente por amor que externamos o posicionamento contrário à prática em menção, pois cremos que o praticante de qualquer forma de homossexualismo receberá punição (Rm. 1,27) e jamais entrará no Reino dos Céus ( I Co 6, 9-10). O homossexualismo é , portanto, um pecado, ou seja, uma prática que transgride a lei de Deus (I Tm. 1, 9-10). Há, contudo, uma palavra de esperança: existe perdão completo para quem se arrepende, voltando-se para Deus. Aliás, neste ato de "voltar-se para Deus" o arrependido encontra as forças que precisa para vencer as tentações que certamente transcendem à capacidade individual de superação. Na Igreja de Corinto congregavam alguns membros que foram homossexuais, numa prova inequívoca de que uma pessoa não nasce homossexual. E nem precisa viver como tal.

*Pastor da Igreja Presbiteriana de Aquidauana
Email:
pvhvivaldo@hotmail.com

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