X

Robinson L Araujo

PAIS QUE EDIFICAM SEUS FILHOS

Quando se busca o significado da palavra "edificar", o dicionário online[i] nos afirma:

"Erguer ou elevar uma construção de acordo com uma estrutura pré-estabelecida e com o auxílio dos materiais necessários: edificar um apartamento. Desenvolver uma ideologia, uma teoria etc.; instituir: edificar uma nova doutrina religiosa. Ser levado ou conduzido em direção ao aperfeiçoamento moral e/ou religioso; conduzir à virtude: o conhecimento edifica o ser humano; livros educativos edificam; edificavam-se indo ao teatro regularmente".

Recordo que, no passado, longe das tecnologias e da busca desenfreada pelo "conquistar" - fruto do consumismo - as crianças tinham uma aproximação e tempo maior com seus pais. A figura materna era mais presente dentro dos lares e ela acabava por direcionar e corrigir seus filhos.

Ao pai, cabia a responsabilidade de correr atrás da "mistura" do nosso alimento, saía cedo, trabalhava o dia todo, chegava tarde e cansado, quase não tinha tempo para com seus filhos e família. Porém, existia o preparativo do passeio em família nos finais de semana. Fato de poder se dizer ser a vida muito dura.

As crianças, por sua vez, tinham a obrigação de ir para escola, estudar, respeitar seus pais, pessoas mais velhas... Durante suas folgas - e como tinha folga - corriam nas ruas, brincando de pique esconde, cola-cola, polícia e ladrão, carrinho de rolimã e, a noite, ainda enganava que tinha tomado banho e ia para a cama dormir.

É fato que o mundo evolui, as coisas mudam, as tecnologias se desenvolvem e dentro de casa é diferente?

É certo que a mulher tem a cada dia, conseguindo seu espaço e conquistando cada vez mais sua independência; os homens têm entendido a necessidade de que as mulheres ajudem dentro do lar e busquem fonte de renda; as crianças... E as crianças?

 Na atualidade, tem-se levado, cada dia mais, a busca da terceirização. Por meio dela, empresas adquirem mão-de-obra mais barata; governos diminuem seus investimentos em concursos, diminuindo a quantidade de futuros aposentados. A terceirização, sem dúvidas, acaba por abrir mais espaço para que pessoas consigam seu emprego, mas por sua vez, desvaloriza a mão de obra: "se você não quer, outro quer".

Na criação dos filhos, não se pode terceirizar o seu crescimento, é algo precioso, seu reflexo poderá ser catastrófico, pois qual o exemplo e o que ele receberá em sua formação inicial?

Dentro da evolução, o papel de criação e cuidado dos pais tem sido preservado. Se a gatinha ou cachorrinho produzem filhotes, por um período de tempo, serão protegidos e ensinados em seus instintos de caçadores, para que consigam sobreviver. Não se pode abrir mão, pois filhos estão pedindo socorro. O conviver se substitui pela tecnologia e se aventuram pelas redes sociais e, a falta de tempo por presentes caros.

Claro que a tecnologia é uma forte aliada na formação e construção, abrindo a mente e proporcionando pesquisas e conhecimento. Mas, o amor não tem como ser substituído, pois se não encontrar em casa, o encontrará de forma errônea em outro lugar.

O Apóstolo João nos deixa claro em I João 2:15-16[ii]:

“Não amem os costumes do mundo. Não amem os valores do mundo. O amor do mundo sufoca o amor do Pai. Praticamente tudo que acontece no mundo – desejo de seguir o próprio caminho, de querer tudo para si, de parecer importante - não tem nada a ver com o Pai”.

Dentro de um lar deve existir amizade, caso contrário, a família é bombardeada pelo externo e, em virtude da falta de tempo, acaba-se por não acompanhar do que nosso lar está sendo bombardeado.

Isso não quer dizer que, os pais devem deixar sua vida secular de trabalho para viver em função de seus filhos. É preciso que o tempo que se tem seja visto como tempo de qualidade. Quanto tempo? O suficiente para que os pequenos se sintam amados, cuidados, protegidos e ensinados. Tempo esse que marcará a sua vida para sempre.

O livro de Provérbios 6:22[iii], nos assevera: “Mostre a direção da vida para seus filhos – e mesmo quando serem velhos, eles não se perderão”.

É preciso resgatar nossos filhos. Filhos estão usando redes sociais para desabafar o vazio que sentem dentro de si: se cortam, se mutilam, buscam respostas em conteúdos que não são apropriados, se matam; Filhos têm se frustrado no caminho pela falta de orientação e exemplo de seus pais. Tudo em busca de um grito que, por ora, não estão sendo ouvidos dentro dos lares por pais deixarem de EDIFICAR na vida de seus filhos.

Claro, não se pode deixar de afirmar que existem as exceções. Porém, Pensemos.

 


[1] Pastor. Teólogo. Especialista em Aconselhamento Psicológico Pastoral e Terapia de Família.

 

[i] https://www.dicio.com.br/edificam/

[ii] Bíblia A MENSAGEM - Em linguagem contemporânea

[iii] Bíblia A MENSAGEM - Em linguagem contemporânea

Deixe a sua opinião

Voltar ao topo

Logo O Pantaneiro Rodapé

Rua XV de Agosto, 339 - Bairro Alto - Aquidauana/MS

©2024 O Pantaneiro. Todos os Direitos Reservados.

Layout

Software

2
Entre em nosso grupo