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Agronegócio

Brasil caminha para duas temporadas de recordes na exportação de milho

Os grãos brasileiros têm ganhado competitividade no mercado internacional Desvalorização do real e preços mais elevados nos EUA ajudam.

O Brasil deverá exportar um recorde de 28,8 milhões de toneladas de milho na temporada comercial que termina em janeiro, acima das expectativas do governo, e superar essa marca em 100 mil toneladas no próximo ciclo (2016/17), mostrou nesta quinta-feira uma pesquisa da Reuters com analistas.

Os grãos brasileiros têm ganhado competitividade no mercado internacional, ocupando inclusive alguns espaços deixados pelos Estados Unidos --maior produtor e exportador global-- devido à desvalorização do real e aos preços mais elevados do produto norte-americano.

Nesta semana, dados oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostraram que os embarques de milho do Brasil em outubro atingiram um recorde de 5,55 milhões de toneladas, superando em 40 por cento a marca histórica anterior, registrada dois anos antes.

A média das previsões de seis analistas consultados pela Reuters para o ano comercial entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, que engloba as exportações do milho colhido no ano safra 2014/15, supera em 1,6 milhão de toneladas a previsão oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a temporada, divulgada no início de outubro.

O último recorde foi registrado no ano comercial 2013/14, quando o país exportou 26,2 milhões de toneladas.

"Esse embarque que está saindo agora não foi construído agora, foi construído com vendas lá atrás... O que está puxando a exportação brasileira é a demanda", destacou o analista especializado em milho da consultoria Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Produtores norte-americanos estão relutantes em fechar vendas, em meio à queda dos preços na bolsa de Chicago, o que reduz a oferta nos portos e eleva os prêmios ofertados pelo produto nos EUA, disse o especialista.

Atualmente, o milho norte-americano nos portos do Golfo do México está cerca de 15 dólares por tonelada mais caro que o produto nos portos brasileiros, deslocando o interesse dos importadores para o país sul-americano.

"O Brasil tem milho disponível, está disposto a vender, o que o americano não está", afirmou Molinari.

Os produtores brasileiros colheram um volume recorde de 85,4 milhões de toneladas de milho no ano agrícola 2014/15, que deverá encerrar com estoques em níveis históricos de mais de 14 milhões de toneladas.

Nova temporada
Os analistas também apontam nova quebra de recorde nos embarques no ano comercial 2016/17, referente ao milho colhido na safra 2015/16, que está começando a ser plantada.

A média das projeções é de exportações de 28,9 milhões de toneladas, que superam a estimativa de 28 milhões de toneladas da Conab.

Segundo a Safras & Mercado, produtores brasileiros já fecharam vendas antecipadas de 9 a 10 milhões de toneladas de milho para a nova temporada, inclusive da segunda safra do cereal, a mais importante e que é semeada logo após a colheita da soja no Centro-Oeste e no Paraná.

Produtores brasileiros têm aproveitado a alta do dólar --que chegou a superar 4,20 reais em setembro-- para fechar negócios e garantir boa rentabilidade na moeda local.

"O milho, com o câmbio que temos, está relativamente barato no exterior", destacou o analista de mercado Juliano Cunha, da consultoria Céleres.

A estimativa da Conab é de uma safra de 83,1 milhões de toneladas de milho em 2015/16, mas diversas consultorias divergem quanto ao tamanho da safra, uma vez que o plantio da "safrinha" ainda não está definido.

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