A possibilidade da existência de uma organização especializada em abortos em Mato Grosso do Sul está sendo investigada pela Polícia Civil. A hipótese foi levantada após a prisão de uma mulher, de 39 anos, acusada de envolvimento no aborto de uma garota no último dia 15 de março, em Campo Grande.
A mulher é mãe da jovem, que estava na 21ª semana de gravidez. Inicialmente a jovem disse que tomou um chá não abortivo – de bucha – e que sozinha cavou uma cova de 1.20 metros de cumprimento por 60 centímetros de profundidade. Sua fraqueza, a grande perda de sangue e a denúncia do namorado de que a mãe exigia o aborto da filha, motivaram o início de uma investigação.
Segundo as apurações, um pedreiro de 39 anos e uma enfermeira participaram das ações, ele comprando um medicamento de caráter abortivo, ela facilitando a compra – cada comprimido ao valor de R$ 200 – totalizando R4 1.6 mil para a realização do aborto. Como o medicamento tem venda proibida no Brasil, a Polícia investiga a possibilidade de outros casos.
Feitas as prisões, a mãe da jovem está sendo responsabilizada por aborto provocado sem consentimento, formação de quadrilha, corrupção de menor e ocultação de cadáver, pois o fet foi enterrado no quintal da casa; o pedreiro, por ocultação – pois teria feito a cova -, tráfico de drogas e associação para o tráfico, uma vez que obteve o medicamento com a enfermeira; e esta, por tráfico e associação.