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Policial

Em 2018, traficantes de animais foram flagrados com 143 aves em MS

Período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado

O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Em Mato Grosso do Sul, o problema se resume, especificamente, ao papagaio. Em 2018, 143 aves foram resgatadas.

Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado, pois é o período reprodutivo dos papagaios que é o animal mais traficado. Nesse período, a PMA mantém trabalhos preventivos nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes.

No ano de 2018, foram apreendidos ao todo, 143 animais, sendo tudo ave. Desses, 98,60% foram papagaios, com 141 animais apreendidos. A quantidade foi 72,5% inferior a 2017, quando foram apreendidos ao todo, 521 animais, sendo tudo ave. Desses, 66,22% foram papagaios, com 345 animais apreendidos. A quantidade de filhotes de papagaios apreendidos em 2018 foi 59,13% inferior a 2017.

Os valores de multas aplicados em 2018 foram de R$ 145.000,00, número 50% inferior ao ano de 2017, quando foram aplicados R$ 290.000,00 em multas.

Entre 2017 e 2018 deve-se, em princípio, à apreensão de 250 canários-da-terra no ano de 2017, com um traficante que os levaria à região Nordeste. Aves diferentes de filhotes de papagaios não são comuns a apreensão por tráfico em Mato Grosso do Sul. Em 2018, somente duas aves que não eram filhotes de papagaios foram apreendidas.

De qualquer forma, o número do tráfico é sempre variável, pois, muitas vezes, podem se apreender grandes quantidades de animais de uma única vez. No Estado, a PMA tem tentado todos os anos evitar o tráfico de animais silvestres, realizando operações preventivas, no sentido de evitar a retirada dos papagaios dos ninhos, ou prender os traficantes, tendo retirado poucas aves.

Trabalhos de informação e de Educação Ambiental que são realizados em áreas rurais são fundamentais, porque o modus operandi principal dos traficantes é de aliciamento dos sitiantes e funcionários de propriedades rurais e assentados, para que retirem os animais e os avisem para que os comprem. Muitas pessoas fazem isto, às vezes, sem saber que estão cometendo crime ambiental.

A PMA realiza trabalhos preventivos nas propriedades rurais. Barreiras também são executadas nas saídas para o estado de São Paulo, que é para onde os papagaios retirados têm saído.

No ano passado, no período crítico de retirada de papagaios, agosto a dezembro, a PMA realizou diversas operações preventivas em conjunto com o IBAMA e ICMBIO, com 55 participantes entre Policiais e fiscais, com apoio do IBAMA de Brasília. Essas operações preventivas podem ter influenciado na diminuição de apreensões dos papagaios em 2018, com relação a 2017.

Principais pontos de tráfico - A região principal do problema e que é monitorada é basicamente a que constitui os municípios de Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina e Brasilândia, além de Naviraí e Mundo Novo. Nessa região, ninhos também são monitorados pelos Policiais, para evitar a retirada dos filhotes.

Confore a polícia, o destino registrado até o momento dos papagaios é o estado de São Paulo.

Outras espécies - Outro tipo de tráfico, do qual Mato Grosso do Sul é apenas rota, é de canário-peruano (Sicalis flaveola valida). Esse animal entra no Brasil, trazido por traficantes peruanos, bolivianos e brasileiros e é levado, na maioria das vezes, para Brasília (DF) e para a região Nordeste e norte de Minas Gerais, para serem utilizado em “rinhas”, por ser uma espécie apenas um pouco maior, mas muito parecida com o Sicalis flaveola brasiliensis, o nosso “canário-da-terra”. A primeira apreensão registrada foi no ano de 2000, quando 400 canários eram levado para Brasília no porta-malas de um veículo.

Os canários peruanos também são cruzados em cativeiro com a ave brasileira, fato que coloca em risco esta espécie. O cruzamento produziria um espécime intermediário, difícil de ser diferenciado e muito forte para utilização em “rinhas”. Uma única vez, no ano de 2015, cinco canários foram apreendidos em Corumbá, sendo criados em cativeiro.

Com relação a essas aves, em 2017 e 2018 não houve nenhuma apreensão, porém, foram apreendidos 280 animais em 2016 e 1810 no ano de 2015. Normalmente as apreensões dessas aves são em grandes quantidades.

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