Advogada Emmanuelle Ferreira da Silva será monitorada por meio de tornozeleira eletrônica e deixou o Presídio Militar nesta quarta-feira
Liniker Ribeiro
Suspeita de ser a mentora de um golpe milionário contra um idoso morador do Rio de Janeiro e presa desde 30 de julho no Presídio Militar em Campo Grande, a advogada aquidauanense Emmanuelle Alves Ferreira da Silva obteve no STJ (Superior Tribunal de Justiça) direito a usufruir prisão domiciliar e deixou a unidade penal na noite desta quarta-feira (12). Contudo, decisão da 3ª Vara Criminal da Capital determinou que ela seja submetida a monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
A liberação foi confirmada ao jornal Campo Grande News pelo advogado Wilson Tavares de Lima, que defende Emmanuelle e os outros trê suspeitos de participação no golpe –que já haviam obtido habeas corpus no STJ, assinado pelo ministro Sebastião Reis, o mesmo que emitiu a decisão favorável à advogada.
Emmanuelle, mulher do juiz Aldo Ferreira da Silva Junior, da 5ª Vara de Sucessões, deixou o Presídio Militar por volta das 20h30 em uma viatura policial. Seus pertences foram levados pelo advogado em outro automóvel. Ela ocupava cela no Presídio Militar pela prerrogativa profissional, um direito da categoria.
Lima também reforçou que decisão da juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal da Capital –que decretou a prisão de Emmanuelle– determina o uso de tornozeleira eletrônica por sua cliente.
O golpe – O caso veio à tona em meados de julho e, dias depois, ocorreu a prisão da advogada. O golpe envolve a negociação de uma propriedade rural em Tangará da Serra (MT), na qual Emmanuelle foi citada como advogada do suposto proprietário da fazenda, que executou a vítima usando o nome falso de João Nascimento dos Santos.
Contudo, o “proprietário” se tratava de José Geraldo Tadeu de Oliveira, um dos suspeitos de participar do golpe. O negócio teria envolvido promissórias envolvendo assinaturas falsas da vítima. Até carimbos do cartório foram falsificados, conforme apontam as apurações.
A vítima descobriu o golpe no fim do ano passado, quando teve R$ 5,5 milhões bloqueados em sua conta. Do Rio, ele acionou sua advogada para apurar a fraude. No entanto, um recurso judicial derrubou o bloqueio e direcionou o dinheiro par a uma conta que seria de Emmanuielle. Depois, os valores foram distribuídos para outras contas.
Autor da decisão que liberou os pagamentos, o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível da Capital, disse em entrevista coletiva que havia sido “enganado”.
Além de Oliveira, Deucineide Souza Custódio e Ronei Oliveira Pégora foram presos em 4 de julho por suspeita de participação no crime. Eles foram liberados por ordem do STJ em 30 de julho.
Conforme seu advogado, a suspeita já havia devolvido R$ 2 milhões e colocou bens à disposição para garantir o ressarcimento. Além disso, havia apontado que sua cliente serviu de “massa de manobra” no golpe.
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