No total, 71 alunos indígenas receberam certificados de capacitação profissional / Divulgação
A possibilidade de mudar a realidade econômica da comunidade através da educação estimulou um grupo de indígenas da etnia Terena, em Aquidauana, a gerar novas oportunidades às crianças das aldeias. Após participar dos cursos de Horticultor Orgânico e Produtor de Mandioca, realizados pelo Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), alunos destes cursos decidiram transmitir o conhecimento adquirido aos estudantes de escolas das aldeias, visando estimular a profissionalização e garantir o futuro destes jovens.
Uma dessas pessoas que pretende estimular o aprendizado é a professora Cleide Mara, da Escola Polo Lutuma Dias, localizada na aldeia Cruzeiro. Sua família já trabalhava com horta, mas apenas para consumo próprio. Ao saber da realização do curso de Horticultor Orgânico, a educadora decidiu participar para estimular seus alunos. "A nossa produção irá ajudar a reforçar a merenda das crianças utilizando nossos próprios recursos. Isso será importante também para o desenvolvimento social e econômico dos pais desses alunos, que também terão mais conhecimento através dos filhos", ressalta Cleide. O projeto terá início em 2014, junto ao começo do ano letivo.
Além da professora, outros 58 indígenas das aldeias Cruzeiro e Córrego Seco e 12 alunos do Centro de Assistência Psicossocial Caps - II receberam seus certificados de conclusão dos cursos na noite da última terça-feira (24). A solenidade contou com as presenças da coordenadora da Unidade Educacional do Senar/MS, Maria do Rosário de Almeida, da primeira dama do município, Liliane Trindade, da secretária de Assistência Social, Cinthia Fagundes, e da coordenadora do Pronatec no município, Leide Argerin.
Para a coordenadora da Unidade Educacional do Senar, Maria do Rosário de Almeida, as informações repassadas nas capacitações serão importantes para toda a comunidade. "Esperamos que façam bom uso do conhecimento adquirido, que será transformador para a vida de todos. Ficamos felizes em saber da dedicação durante todo o curso", avalia.
Os cursos foram oferecidos por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Durante a solenidade, a coordenadora do Pronatec, Leide Argerin, destacou a importância da educação. "Agradecemos ao empenho de todos os que tornaram esse momento possível. A educação é o símbolo do progresso da civilização e é o maior capital que existe. O conhecimento ninguém poderá tirar de quem se dedicou?, destaca Leide.
Para os alunos, os cursos representam mudança de vida, conforme mostra o relato de Marcilene Gabriel. "A chegada de um curso como este em uma área indígena é algo muito feliz. Precisamos de conhecimentos técnicos para a nossa sobrevivência. A partir do que aprendemos aumentaremos as vendas e mudaremos a nossa realidade".
Há cerca de um mês, o presidente da associação das aldeias, Aluízio Gonzaga, enviou uma carta de agradecimento ao Senar, pela realização dos cursos. Durante a cerimônia de entrega dos certificados, mais uma vez mencionou sua satisfação com as capacitações. "Isso que o Senar e o Pronatec Fizeram foi apenas o começo. Eles plantaram a semente da mudança. Hoje, cada um dos alunos já tem sua horta em casa e em breve os produtos serão inseridos no comércio, além da melhoria na alimentação das aldeias. A comunidade indígena espera que mais cursos sejam realizados", revela.
Para 2014, mais capacitações serão levadas às aldeias do Estado, sendo que já estão confirmados os cursos de Viveicultor (cultivo de mudas), Operador de Computador e Tratorista. Ainda neste ano, aldeias de mais municípios serão contempladas com os cursos de Horticultor Orgânico nas aldeias Água Branca e Taboquinha, em Nioaque; Produtor de Mandioca, nas aldeias Taboquinha e Brejão, também em Nioaque, e ainda Olericultor (plantio de horti-fruti), nas aldeias Jarará e Taquara em Juti.
Sobre o Sistema Famasul
O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Funar (Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural), Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja) e pelos sindicatos rurais do Estado.
É uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.