Carlos começou sua caminhada com as aves em 1997, não por acreditar na iniciativa, mas por insistência da esposa
Arquivo Instituto Arara Azul
Trabalhar com a preservação de animais silvestres da nossa região pode ser considerado algo muito nobre, principalmente em tempos de pouco valorização. O Instituto Arara Azul não mudou só a história da fauna pantaneira, mas a vida de todos que participam dele, como é o caso do Carlos Cezar Correa, 51 anos, que monitora ninhos em Aquidauana, Anastácio, Bonito, Jardim e Miranda.
Para quem não conhece, o Instituto existe graças a bióloga Neiva Guedes e é responsável por tirar as araras azuis da lista de extinção. Carlos começou sua caminhada com as aves em 1997, não por acreditar na iniciativa, mas por insistência da esposa.
“A Neiva estava saindo em viagem para o Pantanal da Nhecolãndia, em Corumbá, e me convidou para conhecer e ajuda-la a instalar dez ninhos artificiais. Recusei por duas vezes. Ela mudou de estratégia e pediu para minha esposa me convencer. Ai você já sabe o que aconteceu... Fui com ela”, contou Carlos para O Pantaneiro.
Segundo Neiva, na região monitorada por Carlos, são quase 21 espécies de animais que acabam sendo acompanhadas, inclusive de tamanduá Mirim, pois usam os caixotes de ninhos como abrigo, principalmente no inverno.
São muitos os desafios e alegrias para quem está no campo, mas Carlos se orgulha de todo esse trabalho ter sido o sustento da sua família e responsável pela formação acadêmica dos seus dois filhos.
“É uma alegria ver o trabalhando dando certo em lugares que não se viam as araras e hoje contamos com dezenas. Só que é graças a esse trabalho que eu, guia de campo, consegui dar condições para os meus filhos estudarem e se formarem em agronomia pela UEMS [Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul]”, destaca. O filho mais velho de Carlos está concluindo o Doutorado e a caçula o Mestrado.
Como colaborar
Todos os ninhos acompanhados pelo Instituto Arara Azul estão em propriedades privadas. É importante que, ao notar a vivência dos animais, os donos entrem em contato e depois facilitem o habitat das aves.
“É muito importante que tenham o cuidado e até plantio de árvores frutíferas e palmeiras, pois de nada adianta o nosso trabalho de monitoramento se não houver alimento para elas na região. Também aceitamos doações e parcerias para continuarmos com as pesquisas”, destacou Neiva Guedes.
Para quem deseja solicitar a visita da equipe do Instituto, o número para contato é (67) 99633-7395 ou pelo Whatsapp (67) 99925-4029. Acompanhe o trabalho com as araras ou colabore com o projeto pelo Facebook, Instagram e site oficial.
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