Entre seu primeiro filho e Tomás, a cirurgiã-dentista odontopediatra, Kelly teve cinco abortos espontâneos por conta de sua trombofilia. “Tomás foi muito esperado, minha gestação foi de alto risco e o parto foi bastante complicado”.
Ela nem imaginava, mas sua luta estava apenas começando. “Em junho de 2017, Tomás tinha um ano e meio e foi diagnosticado com Hepatoblastoma, câncer no fígado. O tipo de tumor que ele teve era raro, bastante agressivo por apresentar um poder de crescimento muito rápido, e que é mais comum em meninos de 0 a 3 anos”, explica.
Kelly conta que notou uma pequena saliência na lateral direita do corpo de Tomás, logo abaixo das costelas. Então, ela ligou para a pediatra, que orientou para que o levasse para realizar um ultrassom. No exame, foi constatado a presença de um nódulo de quase 10cm no fígado.
“No mesmo dia fomos para Campo Grande, e passamos por uma cirurgiã-pediatra q nós encaminhou para mais alguns exames e no dia seguinte ele já foi internado para fazer a biópsia. Na sexta-feira dessa mesma semana tivemos a confirmação do Hepatoblastoma com o resultado da biópsia”, relembra a mãe.

Ao saber do resultado, Kelly fala que teve a sensação de estar caindo de um abismo, mas que a sua fé a fez não perder suas forças.
“Sabe, é um resultado que nunca pensamos em receber e nem gostaríamos de receber principalmente em um filho de um ano e meio de idade, mas existe algo muito maior q tudo isso, que é Deus. E foi ele que os deu coragem e força para enfrentar essa grande batalha com o Tomás. Deus na mesma hora nos deu sua mão e não permitiu que nós afundássemos naquele sofrimento”.
Uma semana após o resultado do diagnóstico, Tomás iniciou a quimioterapia. O objetivo era que o tumor tivesse seu tamanho reduzido para ser e retirado totalmente.
“Com a primeira etapa de quimioterapia o tumor teve uma regressão de mais de 50% do seu tamanho. E no final de setembro, oncopediatra Dr Marcelo, que foi um anjo nas nossas vidas e cuidou do Tomás desde o início, fez o encaminhamento para o Hospital do Amor Infanto-Juvenil de Barretos, onde foi ele operado no início de outubro de 2017. A cirurgia foi um sucesso e a recuperação foi algo sobrenatural. Só Deus para explicar tudo, até os médicos de lá ficaram impressionados. Depois da alta em Barretos, Tomás retornou para Campo Grande onde no final de Outubro retomou as quimioterapias concluindo a última em Janeiro de 2018. E assim foram os sete meses de tratamento com Deus sempre no comando de tudo.”

Às vésperas de completar quatro anos, Tomás está há quase dois sem quimioterapia. “Tomás é um milagre! Um pequeno grande guerreiro! Na próxima terça-feira, dia 03, ele completará quatro anos de idade. E hoje vemos que tiramos muitas lições dessa batalha que enfrentamos. Primeiro tivemos mais uma vez a confirmação q Deus é maravilhoso e que para ele não existe o impossível. Segundo que não devemos nunca perder a fé, nem mesmo nos desesperar, e terceiro, câncer tem cura sim. Hoje em dia temos uma porcentagem altíssima de chances de cura na grande maioria dos casos principalmente quando diagnosticado precocemente, por isso devemos estar sempre atentos aos sinais e sintomas por menores q sejam”.