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#SemanaDaMulher: indígenas lutam por espaços de fala com muita força e trabalho feminino

Simone na Assembleia Terena / Arquivo Pessoal

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, O Pantaneiro preparou uma série de matérias destacando mulheres de grande importância para o empoderamento feminino em Aquidauana e região, cada uma em sua área de atuação e particularidades.

Nesta sexta-feira (5) destacamos Simone Lemes Gabriel, de 28 anos. Ela é representante de uma organização turística, sem fins lucrativos, da Aldeia Limão Verde em Aquidauana. Também é militante das acusas indígenas na Assembleia Terena, representando as mulheres e a juventude de sua etnia.



“Entrei nessa causa porque nós precisamos levar nossas necessidades, brigar pelos nossos direitos, ir em busca de oportunidade ser porta-voz do nosso povo a nível mundial”, já deixa isso bem claro!

Simone acredita que ser uma mulher indígena não é apenas exercer o papel de mãe, irmã e filha, mas sim estar sempre lutando pelo espaço de território, o que torna tudo mais difícil, pois ainda são vistas com a necessidade de estar submissa ao homem. Com cada vez mais mulheres se empoderando, outras estão se espelhando e buscando locais de fala necessários.



“Quando uma Mulher se levanta, ela encoraja muitas outras! A mulher da jeito pra tudo, além de ela cuidar de sua família, cuida de sua casa e ainda sobra tempo pra lutar pelos seus direitos. A Mulher pode tudo sim, basta ela acreditar em si mesma, levantar a cabeça e seguir adiante. Precisamos aumentar o número de mulheres na Política, para o fortalecimento e empoderamento feminino, seja ela qual for”, defende Simone.

Trabalho feminino e a Limão Verde

Os anos de 2016 e 2017 foram sombrios para os jovens da Aldeia Limão Verde, porque muitos deles estavam perdendo as suas vidas em atentados suicidas constantes. Vendo sendo amigos partindo de forma trágica, Simone decidiu tentar combater essa realidade, percebendo que isso era consequência da falta de oportunidade.



“Minha aldeia possui muitos pontos turísticos e culturais, então criamos o Atratur Liver para atrair os turistas para cá, dando aos jovens a oportunidade de trabalhar com o turismo, pois não tem pessoas melhores para apresentar o local que os moradores. Já recebemos turistas até de fora do país! Precisamos de ajuda para maior divulgação, pois a verba vem dessas trilhas e são divididas com a mãe de obra da comunidade”, explica.



Por fim, Simone destaca a força feminina das mulheres da Limão Verde, que saem às 4h para comercializar os produtos cultivados pela família. É da cultura do povo indígena que o homem plante, cultive e colha, para a mulher comercializar e trazer o sustento para casa.

“Minha comunidade têm mulheres batalhadores! São acadêmicas, professoras, enfermeiras, vendedoras... Muitas vezes não possuímos espaço de fala, mas temos força de trabalho”, garante a ativista terena.

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