Cidade conta com rede de apoio e atendimento para ajuda
Por vezes, sinais são silenciosos / Divulgação
Com o início deste mês, o movimento Setembro Amarelo ganha destaque no calendário nacional como um mês de conscientização e prevenção ao suicídio. Em uma entrevista exclusiva ao O Pantaneiro, a psicóloga Suélen Arguelo, especialista em suicidologia, elucidou a importância desse período e os sinais que devemos observar para ajudar na prevenção.
Para Suélen Arguelo, o Setembro Amarelo vai além de uma simples campanha de conscientização. “É muito importante o Setembro Amarelo, porque eu costumo dizer que ele é um convite. Ele é um convite para conscientização, sensibilização, mas também para ação. A prevenção do suicídio não deve ser vista apenas como responsabilidade de profissionais de saúde mental, como médicos e psicólogos, mas também da comunidade em geral”, afirmou.
Ela ressalta que a prevenção pode ocorrer em diversos ambientes, como em casa, no trabalho, nas escolas e até mesmo na vizinhança. “Quando pensamos em prevenção, podemos atuar em qualquer espaço. A observação e a ação de cada um são fundamentais”, explica Suélen.
A psicóloga destaca que os sinais de alerta para possíveis comportamentos suicidas podem ser tanto verbais quanto não verbais. “Alguns sinais são bem claros. Eles são verbais e também não verbais. Os não verbais podem ser mais difíceis de detectar, especialmente se não temos uma proximidade com a pessoa. É crucial estar atento ao comportamento dela. Mudanças bruscas, como uma pessoa antes animada que se torna mais calada e isolada, podem indicar um problema. Em crianças e adolescentes, essas mudanças de comportamento devem ser ainda mais observadas, já que eles podem ter dificuldade em verbalizar o que estão sentindo”, alerta.
Suélen também mencionou a situação preocupante em Aquidauana, que, segundo dados do Mato Grosso do Sul, está entre as cidades com as maiores taxas de suicídio no Estado. “Aquidauana aparece nos dados como uma das cidades que mais apresenta mortes por suicídio. No último projeto do Ministério da Saúde, a cidade foi uma das cinco do estado que receberam suporte para trabalhar a prevenção do suicídio”, destacou.
Ela observou que Mato Grosso do Sul é o segundo estado com mais mortes por suicídio no Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul. “Vale ressaltar que esses números podem não refletir a realidade total, pois muitas tentativas de suicídio não chegam a ser registradas. Isso se deve à subnotificação, já que a pessoa pode não buscar atendimento médico. Quando a pessoa procura ajuda, o acolhimento é fundamental. Em Aquidauana, há um plantão psicológico disponível para primeiros atendimentos, e os postos de saúde também têm um papel importante”, acrescenta Suélen.
Além disso, Suélen enfatiza que o suicídio não está restrito apenas à depressão, embora essa condição seja um fator de risco. “Nem toda pessoa com depressão vai pensar em suicídio ou fazer uma tentativa. Há vários fatores de risco, como condições sociodemográficas, problemas de saúde física e mental, desemprego, perdas recentes, conflitos familiares e dificuldades na infância. Cada indivíduo tem uma bagagem única que deve ser considerada”, conclui.
Procure ajuda
Além das unidades presenciais de atendimento, o Brasil conta com CVV (Centro Voluntário da Vida). O serviço é gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Oferece atendimento pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação), por chat, e-mail e pessoalmente. Clique aqui para conhecer.
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