Manoel Delci publicou e apagou foto com arma em cima de urna eletrônica
Reprodução/internet
A legislação eleitoral é clara: “Fica vedado portar aparelho de telefonia celular, máquinas fotográficas e filmadoras, dentro da cabina de votação”, mas alguns eleitores estão desrespeitando a regra e exibindo não apenas o voto, mas também armas . Num vídeo que está circulando nas redes sociais, um eleitor aparece apertando os botões “1”, “7” — do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro — e “Confirma” com uma pistola.
Uma das fotos identifica uma urna eletrônica de uma zona eleitoral na Escola Estadual Professor Mauricio Brum, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) tomou conhecimento do caso.
— Eu tomei conhecimento, porque também recebi uma imagem dessa. Já foi identificada, pelo menos em uma delas, qual é a zona eleitoral. Isso está sendo repassado para o juiz, acredito que já tenha chegado ao conhecimento dele para ver que medidas adotará — disse a diretora geral do TRE-RJ, Adriana Brandão.
Pela Constituição Federal, o voto é universal, direto e secreto. E para garantir a sua inviolabilidade, não é permitido que o eleitor registre o voto, pois a prática abre as portas para o voto de cabresto. O Código Eleitoral tipifica a violação do sigilo do voto como crime eleitoral, com pena de até dois anos de detenção. E pelo Estatuto do Desarmanento, o porte ilegal de armas é crime com multa e reclusão de dois a quatro anos.
Em entrevista ao GLOBO por telefone, Manoel disse que a foto da urna com a arma foi enviada num grupo de WhatsApp por uma pessoa que ele não conhece. O empresário contou ainda ter compartilhado a imagem nas suas redes sociais por achá-la "interessante" e uma forma de "expressão da tradição" dos gaúchos. Apesar de ter dito que publicou a foto “sem medo”, Manoel a excluiu de seus perfis no Twitter e no Facebook.
— É uma expressão nossa aqui do Rio Grande do Sul porque, para nós, a arma é uma tradição, assim como o chimarrão. Nós somos assim, é uma cultura nossa. Assim como o carioca tem o samba. Nós aqui temos nossa cultura regional. Isso para nós é um direito que nos foi tirado, diz muito sobre nós gaúchos, a nossa vontade. Além de uma vontade de mudança, mostra a nossa personalidade como povo — afirmou.
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