Entre as iniciativas, destaca-se a sala de acomodação sensorial
Eduardo Coutinho
Espaço que abriga a maior biodiversidade aquática de água doce do mundo, o Bioparque Pantanal também se firma como um dos principais exemplos de inclusão e acessibilidade no país.
Mais do que um centro de visitação, o local tem se tornado palco de histórias reais de acolhimento, superação e protagonismo de pessoas neurodivergentes, especialmente autistas, que encontram ali um ambiente seguro para desenvolver suas potencialidades.
Entre essas histórias está a de Luís Felipe Cuevas Andrade, bolsista do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e estudante de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que está dentro do espectro autista. Para ele, ser autista é motivo de orgulho e uma característica que impulsiona seu crescimento pessoal e profissional. Luís desenvolve uma cartilha em quadrinhos sobre fósseis do Estado, unindo ciência, acessibilidade e linguagem inclusiva.
Outro exemplo inspirador é o de Héctor Ishikawa, também autista e bolsista no Bioparque, que atua no setor de manejo ao lado dos médicos-veterinários. Sua dedicação e competência chamam a atenção nas atividades diárias ligadas ao cuidado com os animais aquáticos. “Ele tem um talento nato para o trabalho técnico e um senso de responsabilidade admirável. Sua presença fortalece a equipe e mostra como o ambiente inclusivo favorece o florescimento de habilidades únicas”, destaca o médico-veterinário Edson Pontes.
A diversidade de talentos também é representada pela engenheira eletricista Carolina Ferro, autista e superdotada, que atua no Bioparque desenvolvendo pesquisas nas áreas de automação e inteligência artificial. “Fui muito bem recebida pela equipe desde o início. Hoje, me dedico à criação de novas tecnologias e soluções inovadoras para o parque”, afirma Carolina.
O compromisso com a inclusão no Bioparque vai além das contratações. A estrutura física, sensorial, comunicacional e atitudinal tem sido adaptada para garantir uma experiência acolhedora a todos. Para a coordenadora de acessibilidade, Beatriz Marques Lunardi, essa é uma missão constante: “Não basta ter rampas e elevadores. É preciso formar equipes preparadas, empáticas e sensíveis, que enxerguem cada pessoa como única. Isso transforma o ambiente e a experiência do visitante”.
Entre as iniciativas, destaca-se a sala de acomodação sensorial, pensada especialmente para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Segundo Rafaela Molina, mãe da pequena Ana Beatriz, autista nível 2, o cuidado foi essencial: “Foi acolhedor. Aqui receberam a Ana Beatriz do jeito certo. Ela se sentiu segura e respeitada”.
Todas essas ações estão reunidas no programa “Bioparque Para Todos – Iguais na Diferença”, idealizado pela diretora-geral Maria Fernanda Balestieri. A proposta é clara: garantir o direito ao lazer, ao conhecimento e à participação plena de todas as pessoas.
“No Bioparque Pantanal, nós não apenas abrimos portas, nós enxergamos pessoas. Entre nossos colaboradores, temos profissionais autistas que nos mostram, todos os dias, que a diferença é uma força. Com seu olhar único, sua sensibilidade e dedicação, eles enriquecem nossa equipe, nossos processos e nossa forma de ver o mundo. A verdadeira inclusão vai além da presença, ela se revela na valorização e no respeito à singularidade de cada um”, reforça Maria Fernanda.
O Bioparque Pantanal mostra, na prática, que inclusão não é apenas um ideal – é um compromisso diário que transforma vidas, amplia horizontes e inspira um futuro mais justo e acessível para todos.
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