O farmacêutico, Roldão de Oliveira, foi Intendente (Prefeito) de Aquidauana em 1918. Era irmão de Dorval Carlos de Oliveira, prático de farmácia, e também Intendente (Prefeito) de Aquidauana nos anos de 1921 e 1936. Roldão e Dorval, coincidentemente farmacêuticos e ex-prefeitos de Aquidauana, faziam parte de uma família de 16 irmãos.
O pai deles, José Carlos de Oliveira, foi tenente-coronel da Guarda Nacional e conhecido por “Coronel José Carlos”. Era proprietário da Fazenda Boa Vista, no distrito de Muriaé, então pertencente ao município de Itaperuna, Estado do Rio de Janeiro.
Roldão nasceu em 20.09.1880, na Fazenda Boa Vista, como todos seus irmãos.
Seu pai faleceu em 1895, com 62 anos de idade. Por medida econômica, Roldão foi obrigado a deixar o colégio em Campos (RJ). Foi então trabalhar como prático de farmácia em Patrocínio de Muriaé (MG). Em 1899 chefiou um serviço de ambulância para atendimento de doentes, em Itaperuna (RJ). Conseguiu mudar-se para Ouro Preto, afim de prosseguir os estudos no famoso ‘’Colégio Mineiro”. Seu irmão, Washington, conseguiu parte dos recursos, administrando o sítio de café, herdado do pai. Roldão complementava a despesa, com o trabalho de professor de matemática. Formou-se em farmácia, em 1905, na cidade de Ouro Preto.
Foi, então, para Bicas (MG), gerenciar uma farmácia. Lá, ele se casa com Maria Adelaide Horta de Oliveira, irmã do médico Luiz de Miranda Horta (Dr. Horta foi clínico em Aquidauana. Casou-se com Blides Alves Corrêa, filha do Coronel Estêvão Alves Corrêa, um dos fundadores da cidade de Aquidauana. Foi Constituinte Mato-Grossense em 1934 e membro da Assembleia Legislativa que a sucedeu).
Roldão e Maria Adelaide (Nhanhá) mudam-se para Porto Esperança, no Estado de Mato Grosso uno, onde ele foi chefe da “Farmácia da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil”. Posteriormente, mudam-se para Aquidauana, na época, entre 1910 e 1920, com cerca de dois mil habitantes. Estabelece a “Farmácia Central”, localizada na Praça da Imaculada Conceição, esquina onde se encontra atualmente o pátio esportivo da “Escola Paroquial”. Segundo Roldão, a farmácia serviu inúmeras vezes de hospital, maternidade e pronto socorro para a população.
Em Aquidauana, Roldão foi também professor (aritmética e álgebra) no colégio denominado Instituto Pestalozzi. Foi vereador e depois prefeito da cidade. Seu maior orgulho foi ter dado à cidade a ponte de ferro que unia as duas partes urbanas da cidade. A estrutura da ponte foi comprada de um engenheiro, seu colega do tempo universitário em Ouro Preto.
O ilustre advogado. Dr. Luiz Alexandre de Oliveira, comentando em “Aquidauana do Princípio do Século”, atribui ao farmacêutico e ex-prefeito, dois grandes méritos: o empreendimento da ponte de ferro e o privilégio de exterminar um surto de malária que irrompeu, na época, em Aquidauana.
Muitos anos depois, a Câmara de Vereadores de Aquidauana, batizou a ponte com o nome de “Ponte Prefeito Roldão de Oliveira”.
Roldão, depois desse cargo político e administrativo, deixou o Estado de Mato Grosso para radicar-se em São Paulo, onde as oportunidades seriam melhores para seus filhos, já em idade escolar. Mudou-se para a cidade de Campinas, onde teve duas farmácias: “Farmácia Roldão” e “Farmácia Fabiano”. Mais tarde, mudou-se para São Paulo, capital, tendo em vista os estudos de um dos filhos, e dedicou-se a trabalhar, durante trinta anos, como viajante comercial de um mesmo laboratório. Depois de aposentado, dedicou-se a outro laboratório, agora como seu responsável. Nessa atividade, legou à farmacologia a fórmula original de um remédio, e que trazia seu nome no rótulo: anapyon.
Faleceu no dia 20.03.1972, com noventa e três anos de idade, em São Paulo.
Atravessava a Avenida São João, perto do local onde morava, quando foi atropelado por um carro. Estava lúcido até o seu trágico fim de vida. Seu irmão, Dorval, permaneceu morando em Aquidauana, ativo com sua “Farmácia Dorval”, até pouco antes de falecer, no dia 24.12.1963 (Véspera do Natal).