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Lidio de Souza Neto

Água: Um futuro catastrófico

Às vezes eu me envergonho em fazer parte desta geração que tanto maltrata a Natureza!
 
Hoje a questão hídrica, em nosso Planeta nos preocupa e muito, por estar na iminência de nos reservar um futuro sombrio, para esta e futuras gerações.
 
Os exemplos dos descasos para com essa questão é a situação de calamidade reinante em São Paulo, onde seus reservatórios encontram-se todos exauridos, pela exploração irracional e desmedida desse líquido precioso chamado água.
 
Em nossa região temos água em abundância, ao ponto de nos passar a falsa impressão de que é um bem infinito. Ledo engano! São Paulo, a ?terra da garoa?, chovia toda tarde, num passado recente pensava assim também, hoje esta pagando por esse equívoco.
 
A disponibilidade da água na terra é distribuída da seguinte forma: 97,4% água salgada estão nos mares e oceanos, 1,8% está na forma de gelo e se encontra nas calotas polares, apenas 0,8% disponível à população.
 
Hoje é visível a situação de esgotamento dos nossos principais rios, córregos, lagoas, pântanos, aquíferos entre outros mananciais. As nossas reservas de água doce estão cada vez mais exauridas pela ganância, pelo descaso e exploração irracional do homem.
 
Em nossa região, não só os pequenos córregos que ainda sobrevivem, correm o risco de exaustão e, também, os nossos principais rios como o Aquidauana, o Taquarussu, o Miranda, o Negro e Coxim. Esses rios pantaneiros, a qualquer momento, podem passar a fazer parte desta triste estatística. Ou seja: condenados à morte.
 
O desmatamento, a extração de madeiras, a exploração de minérios, a ocupação demográfica sem critérios são alguns dos fatores determinantes na aceleração da degradação das nossas principais fontes hídricas. Hoje, a morte radical desses mananciais é só uma questão de tempo se nenhuma medida urgente e eficaz for tomada.
 
Com a supressão das florestas para dar lugar à formação de pastagem, além da captação irregular de suas águas, por empresas do ramo de suinocultura, siderurgia, frigoríficos, fábrica de tijolos, telhas, etc., transformaram alguns desses córregos, como: o João Dias, Guanandi, Paxixi (em Aquidauana); Pedra Preta, Combate e Acôgo (em Anastácio) em pequenos filetes de água contaminada.
 
Sem suas matas ciliares para sustentação de suas margens, esses córregos acabaram invadidos pelos barrancos e sedimentos trazidos pela chuva. A sua profundidade que, em alguns trechos, superavam os 2,5 metros, hoje não passa de ?finas lâminas de água?, que mais parece lágrimas de alguém que suplica para não morrer.
 
A exploração irracional afeta, também, as reservas subterrâneas, com a contaminação dos lençóis freáticos, por meio de perfuração fora do controle e sem nenhum critério, de poços artesianos. Muitos deles são abandonados e se transformam em porta de entrada de agentes contaminadores às reservas de água subterrâneas.
 
O Aquífero Guarani está embaixo do nariz das nossas autoridades, que fingem não saberem!
 
Até quando vai perdurar esse descaso para com esse nosso líquido precioso chamado ÁGUA?
 
Como detentor da maior reserva de água potável do mundo, o Brasil está se tornando exportador indireto de água. A agricultura é a atividade humana que mais se consome água potável.
 
Quando somada à pecuária e a siderurgia, concluímos que o Brasil está se tornando um grande exportador de água, com quase 95% das exportações brasileiras dependente da água. Para produzir um quilo de frango são necessários 20 litros de água; para cada tonelada de aço, 2.000 litros.
 
O Brasil tem, correndo em seus rios ou guardados em suas lagoas, pântanos etc. 12% da água doce do planeta. Mas, como a maioria das nações, não está cuidando dos seus mananciais e nem utilizando corretamente a água.
 
Só para se ter uma ideia, as reservas de água potável hoje representam a metade das que foram contabilizadas a pouco mais de 40 anos. E num futuro bem próximo, como será?
 
 
SGT LÍDIO DE SOUZA NETO - ESPAÇO VERDE

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