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Ruben Figueiró de Oliveira

Assuntos "Vasqueiros"...

Nas conversas que nascem nas caminhadas matutinas (lá ao redor das seis horas) no Belmar Fidalgo, agradável praça de convivência da melhor idade, tenho observado que os assuntos estão "vasqueiros" - "vasqueiro" ( significa raro, inexistente) é uma expressão gauchesca que vem da prodigiosa imaginação de Érico Veríssimo em sua trilogia "O TEMPO E O VENTO" através de seu personagem principal, o capitão Rodrigo Cambará - embora ainda quentes pelo que representam na repulsa popular. Ainda mais Renan, carta já fora do baralho, praticamente. A fidelidade partidária está consagrada pela suprema justiça, portanto, os trânsfugas, os do troca-troca, estão desmascarados mesmo que não percam seus mandatos até o término legal deles. Isto dos assuntos já requentados que vêm da corte planaltina.

E aqui em nossa planície. Ah ! Aqui, a pasmaceira prossegue provocando a inteligência dos jornalistas de todas as mídias e nem a famosa fofoqueira "tia Candinha" tem circulado com as "suas"... Nada no front; caiu-se num buraco negro e nem a conhecida habilidade e oportunismo dos políticos estão sendo capazes de aviventar o noticiário. Aliás, o mais esforçado em provocar suspense, o combativo deputado federal Dagoberto Nogueira nada mais tem de argumento para manter-se em evidência na luta pelo curul municipal, isto depois dos conselhos prudentes de seu Richelieu, o estratega notável Leite Schimidt. Nas bandas do PT o sobressalto é constrangedor em razão das provocações judiciais que o Ministério Público promove contra seu ícone estadual, o ex-governador José Orcírio. Na área oficial, continua soberbo o governador André Puccinelli, que não dá trela aos que muito o ajudaram chegar ao poder, desgastados estão todos, mas sorrindo na sua presença imperial e choramingando pelos cantos das sedes de seus partidos, onde correligionários desatendidos e desconsolados o malham a todo instante.

Na prefeitura da capital, gozando das delícias de uma administração profícua, o prefeito Nelson Trad Filho se sente com respaldo popular para reeleger-se. Por certo, está precavido contra as manhas da política, pois não basta a simpatia do povo, necessário também o apoio político que vem das lideranças maiores e, em conseqüência, dos partidos. Esses querem, e como querem, maiores espaços políticos na arena; espaços que emanam do prestígio consagrador das urnas. É aí que o bicho pega. Será que o PSDB que tem um compromisso importante em 2010, à presidência da República, não mostrará a cara com candidato próprio como a capital Campo Grande, em 2008? Os Democratas que estão em alta pela atuação corajosa na oposição ao governo Lula não almejam crescer aqui em nosso estado, onde sua situação ainda é discreta? E o PPS, partido aferrado em teses programáticas graníticas, não aspira também ganhar expressão eleitoral maior, sobretudo na Cidade Morena, centro político do Estado?

Quanto aos outros partidos políticos, como o PDT e o PR, em nível estadual são liderados por políticos que, individualmente, lhes dão ar, fôlego, mas que, reconhecidamente pragmáticos, são eficientíssimos meteorologistas políticos, pois decidem conforme os ventos dominantes...

* Foi deputado estadual, federal, secretário de Estado, conselheiro do Tribunal de Contas. É  suplente de senador.

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