Ruben Figueiró de Oliveira
Nestes tempos pré-eleitorais, tia candinha sai de seu tenebroso castelo de adivinhações maldosas e se esbalda entre polÃticos e afins com suas "novas", sempre apetitosas fofocas ao gosto do paladar dos incautos, ingênuos e dos"leva-e-traz" à caça de alimentos para suas mentes desparafusadas. Tais "novas" à s vezes surgem refesteladas de tantos detalhes que reluzem facetas da verdade, a ponto de impressionar até quem já está calejado pelas nuances das lutas polÃticas sempre prenhes de artifÃcios enganadores.
Ainda agora surge pelos corredores, a mais "nova" sobre a sucessão municipal. Está tudo acertado. Haverá um acordão. Zezé vai ser vice-prefeito; tonho e juca terão suas reeleições garantidas pelo apoio oficial e também financeiro; tião ocupará a secretaria de obras, desde já com plena autonomia para definição das empreiteiras alinhadas. Tudo como manda o figurino implantado desde antanho e hora revigorado com o fortificante biotônico fontoura dos "distintos" do poder!...
José Maria Alkimin, polÃtico mineiro famoso pelas suas manhas, dizia que na polÃtica o que vale são as versões, não os fatos. Alguém deixou escrito que na polÃtica não há lugar para querubins e serafins, não há anjos, só nêgos escolados, enfim. Porém há certas normas que os polÃticos não podem transgredir, qual seja a do respaldo de seus companheiros de luta que estão aqui na planÃcie. No regime democrático não se concebe mais a chamada tese do "centralismo democrático", criada pelo bolchevista Lênin, segundo a qual a cúpula decide e as bases obedecem incondicionalmente.
Aliás, há um exemplo histórico. Durante a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, às vésperas do jogo do Brasil contra a Rússia, Vicente Feola (técnico da nossa seleção) discorria para os jogadores as táticas que seriam utilizadas para a vitória certa, quando foi pespegado por uma pergunta aparentemente inocente do Garrincha: isto o senhor já acertou com os russos?... levando ao vazio a preleção do Feola, que ficou sem resposta!
Nestes tempos, repito, em que as raposas partidárias estão à caça de posições, natural é a distribuição para consumo de algumas fofocas, até para desviar a atenção popular para um foco diferente daquele que elas realmente desenham. Inconteste, porém, é a força das bases partidárias, as quais hoje bem mais informadas não aceitam, como no passado, os chamados "pratos feitos", para serem engolidos goela abaixo.
"Atentai bem", tomando por empréstimo a já célebre advertência do combativo senador Mão Santa, do "Piauiiii..." ao se dirigir ao presidente Luiz Inácio - atentai bem, senhores dirigentes partidários, para decidir é preciso sempre observar qual a tendência da companheirada e a conduta dos que querem ser aliados e mesmo contrários e não se esquecer do exemplo histórico que vem do saudoso Garrincha.
* Suplente de senador.
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