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Lidio de Souza Neto

Piracema: O fantasma da fome voltou...

Em um rancho humilde, como muitos, incrustado ao longo do Rio Aquidauana...  De um lado, sobre um jirau, um radinho de pilha anunciando a aprovação, como um ?passe de mágica?, dos faraônicos salários dos políticos... Do outro, aos mosquitos, espalhados sobre uma tarimba, três crianças choram clamando por comida, um pouquinho de leite... 
 
É a prole enferma e desnutrida do velho pescador que, sentado à beira do Rio Aquidauana, tentando afastar os pernilongos e suas mágoas, fumegando seu cigarro de palha. Quase sem nenhum ânimo e esperança de dias melhores. O seu amanhã, só a Deus pertence.
 
Entre esses dois extremos, políticos e pescadores, há uma linha imaginária. Em uma ponta há uma plêiade de privilegiados, os políticos. Na outra, os pescadores e suas dificuldades naturais, aliadas aos descasos desses ?mandantes?. 
 
Para oprimir ainda mais a classe dos pescadores profissionais eles, os políticos, sempre criaram artifícios para protelar o pagamento do mísero ?salário-desemprego?, desses renegados. E assim, aumentando o sofrimento e penúria dessa classe tão sofrida pelas dificuldades herdadas ao longo da última e fraca temporada de pesca. 
 
Como se não bastasse tudo isso os pescadores, ainda, têm que provar do veneno inoculado à sua classe por essa plêiade de maus políticos. Que, ao menos, deveriam garantir aos pescadores o direito assegurado que é o de receber em dia os seus benefícios.   
 
O governo federal, estadual e municipal têm a obrigação de criar políticas emergenciais preventivas, para atenuar o sofrimento dessa classe que exerce um papel importante na economia, dentro de suas respectivas localidades no Estado de Mato Grosso do Sul.
 
Esta triste realidade poderia ser em qualquer uma das pequenas vilas onde, familiares de pescadores profissionais, ficam à espera de um milagre para sobreviverem até a abertura da pesca em Mato Grosso do Sul. 
 
O sonho do pescador é o de poder voltar a capturar seus peixes, para afastar de vez o pesadelo do fantasma da fome que ronda essas comunidades diuturnamente. Mas, por conta desses maus representantes constituídos pelo voto, esse sofrimento parece não ter fim. 
 
Essa realidade poderia ser ao longo do Rio Aquidauana, do Rio Miranda, do Rio Coxim, do Rio Paraguai... ou em outra comunidade qualquer incrustada entre a mata ciliar e mangueiras, como dos pequenos vilarejos de pescadores que existem nos distritos de Camisão, Piraputanga, Águas do Miranda, Porto da Manga... 
 
 O que essa classe tem em comum é o sofrimento por conta do descaso dos políticos ?benevolentes?, que só às visitam por ocasião da campanha eleitoral, dando-lhes tapinhas nas costas e os chamando de meu compadre, meu irmão...
 
Essa classe, que tem o seu principal meio de sobrevivência extraído da pesca profissional, ainda está sofrendo os reflexos recentes, do descaso dos políticos como um todo, pela falta de um planejamento racional e peculiar às suas necessidades. 
 
Nos últimos anos, os pescadores profissionais de Aquidauana e Anastácio (colônia Z-7) são vítimas da falta de uma política complementar e racional, que venha de encontro com as suas necessidades, no período da piracema.
 
Eles torcem muito para que esta situação de penúria, com os novos eleitos no estado, não volte a acontecer nos próximos períodos de defeso (piracema). Vamos esperar para conferir!       
 
 
SGT LÍDIO DE SOUZA NETO - ESPAÇO VERDE 

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