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Lidio de Souza Neto

Piracema: Os Filhos da ?Z-7?

ESPAÇO VERDE
SGT LÍDIO DE SOUZA NETO

?... a maioria nasceu à beira do Rio Aquidauana?
 
Como é de rotina na vida dos pescadores do Estado de Mato Grosso do Sul, a piracema chegou.  Os pescadores filiados na Colônia Z-7 (Aquidauana e Anastácio), estão novamente em alerta máximo.  Relegados muitas das vezes, pela falta de apoio dos políticos e do Poder Público local, esses profissionais ficam sem opções acerca de alternativas de uma possível frente de trabalho para afastar o fantasma da fome que ronda suas famílias. Faltam reconhecimento e políticas emergenciais em prol a essa classe de profissionais, que exercem um papel importante na economia local. Só são lembrados em período eleitoral, como aconteceu recentemente. Passado esse período utópico, ficam a mercê da sorte. Essa situação se tornou um martírio na vida desses valorosos profissionais, por ocasião da piracema. Por outro lado, estão redondamente enganados aqueles que querem atribuir esta situação por conta da legislação mais rígida, ou, pela fiscalização rigorosa que faz valer as leis da pesca. Como se não bastasse, para piorar, o peixe está cada vez mais escasso, e isso exige mais empenho e gasto aos pescadores para que possam lograr êxito em suas pescarias. Muitos não conseguem nem ?empatar? os gastos feitos durante uma temporada, se comprometendo cada vez mais com os seus credores. Que não têm nada a ver com isso.
 
Para agravar mais a situação, nos últimos dez anos, os pescadores profissionais da Colônia local vem sofrendo pressão, por parte de alguns empresários-políticos do Estado, donos de pesqueiros particulares, e empreendimentos comerciais ao longo dos Rios Aquidauana e Miranda, que preiteiam o fim da pesca profissional em Mato Grosso do Sul. Por outro lado, enganam-se aqueles que querem responsabilizar o pescador profissional pela escassez do peixe, ou, pela depredação dos rios. Pescadores profissionais não têm pesqueiro particular, hotel fazenda, área de lazer com piscinas construídas em Áreas de Preservação Permanente ou em Mata Ciliar e, nem, suinocultura (criação de porcos) na nascente do Rio Aquidauana, como no município de São Gabriel do Oeste, ou usina suco-alcooleira nas nascentes do Rio Miranda nas Serras de Maracaju. Aliás, muitos não têm nem casa própria.
 
Registrados na Colônia Z-7 (Aquidauana e Anastácio), a maioria destes pescadores nasceu à beira do Rio Aquidauana e aprenderam com os pais a profissão. Hoje, por forças das adversidades da profissão, falta de oportunidades e políticas racionais acerca do assunto, não sabem quase nada além de praticar a pesca para garantir a sobrevivência de sua família.
 
Lembra um pescador, do distrito de Piraputanga, ?que antigamente durante uma semana dentro d?água era suficiente para capturar pelo menos 260 quilos de pescados; hoje não passa de 40 kg?, afirma o pescador. Para piorar a situação dos pescadores, ainda existe a figura do ?atravessador?. É este personagem que está imune às adversidades do tempo, à fiscalização e aos impostos e é quem mais lucra. Ele paga o custo do óleo diesel, o mantimento e geralmente detém o monopólio das embarcações (chalanas, barcos) nos rios da região e também dita a ?tabela? de preço do peixe à beira do rio, que varia entre 5,00 e no máximo 7,00 Reais o quilo do pacu, pintado, cachara, dourado (peixes nobres) que é vendido no mercado e peixarias partir de 15,00 até 30,00 Reais o quilo.                                                                                                                                                                                    
          ?A POLÍTICA TEM A SUA FONTE NA PERVERSIDADE E NÃO NA GRANDEZA DO ESPÍRITO HUMANO? (VOLTAIRE)

?UM FELIZ NATAL, BOAS FESTAS E UM PRÓSPERO ANO DE 2013?.

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