Finado Aprécio era um bugre agregado do Seo Chiquinho!
A vida toda por ali ficou, só de afazeres vivia o bugrinho
Compridas eram as existências.... feitas de matos, trieiros, caçadas, pescarias, invernadas, piquetes, tudo metódico e ajeitadinho.
O bugre Aprécio por ali cresceu, com bugra nova se entreteu
Pelejando com a bugra se envolveu até que nasce seu primogênito, o Filipinho!
Filipinho herdou do pai o mesmo caminho....
Na fazenda, com Seo Chiquiinho continuou, os mesmos afazeres, tudo se perpetuou até que água ardente ele provou, por ela se apaixonou, tudo para trás largou e seguiu no seu trieirinho....
Passou a viver da marvada cana, sem casa, sem paradeiro e sem grana... com pouco se contentava, para ele nada mais importava só a pinga, cachaça brava lhe encantava!!
Tratava como irmãos os ?Andersão?e, à eles, vez por outra então recorria com a certeza de que amparo teria!!
Um dia aparecia e um trocado pedia, seja pra uma vela, com a mentira mais singela de que para a mãe Zita a vela acenderia,
A vela ele encontrava no bar, onde tudo ele esquecia e só a pinga consumia.
Certa vez, com um saco nas costas, andarilho, sem eira, sem beira e sem cavalo tordilho rumava à pé para o Pulador, debilitado, carente e sem amor.
Oswaldão seguia atrás, ensinando dirigir seu menor rapaz que de longe o avistou:
-Pai lá vai o Filipinho na estrada, qual será seu paradeiro?
Oswaldão de pronto se comoveu e a ele recorreu lhe abordando ligeiro:
-Filipinho, onde vai assim? Dessa forma, breve será o seu fim....
-?Vou ali numa pernambucano fazer uma trabaio pr?ele!!!?
-Você não quer ficar uns dias na fazenda comigo?Lhe darei trabalho, salário e abrigo
Filipinho feliz respondeu:
-?Vou com essa mano véio longo então, já que precisa d?eu.?
-Na pernambucano num quero mais nada, lá é só quaida!!!
-Quaiada de manhã, quaiada no armoço, quaiada no jantá!!?
Raquel Anderson
Raquel Anderson