A gente vai morrer!
Mas não podia ser assim
Sem ar, sem despedida no fim
O tropeço da vida dói
A Pandemia destrói
E interrompe o percurso
No percalço do curso
Que a vida tinha
Ninguém advinha
Pode ser qualquer um
Rico, pobre, sóbrio, bebum
Na contagem regressiva
Sem tempo para uma missiva
Quem sobrevive é o desespero
No coletivo enterro
Com gerador no cemitério
Iluminar a noite é o critério
Depois, o predomínio da escuridão
Em nós, eterno desvão
Vão que nunca será preenchido
Porque, assim, ninguém devia ter morrido.