O azul turquesa, da armação dos óculos, deixou sua expressão mais iluminada. Réstias do sol matinal dialogaram com o acetato e produziram intenso feixe de luz no recinto.
Uma composição metafórica, possível e passível de descrever, traduziu-se em moldura para o seu rosto.
Há sorrisos que são esculturas minuciosas feitas pela vida, impactam, arrebatam e reverberam esperanças.
A sua voz, baixinha, induziu maior aproximação, mas nesses momentos, é o olhar que fala alto, às vezes, o olhar grita.
E a inocência, no meio disso tudo, frequentemente, é o elemento mais profundo no percurso da finitude humana.
A inocência é adorno, feito as roupinhas que um dia vestimos nas bonecas, é o carrinho atolado no faz de conta do barro ou do areião…
Narrativa dos sentimentos do cotidiano hospitalar.