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Cultura

Bilíngues têm mais facilidade para aprender do que quem fala apenas um idioma

Pesquisas sugerem que falar duas línguas pode ter efeito profundo no modo como pensamos.

Bilíngues tem mais facilidade para aprender que monoglotas. / Google

Novas pesquisas sugerem que falar duas línguas pode ter efeito profundo no modo como pensamos. O aprimoramento cognitivo (do aprendizado) é apenas o primeiro passo. Memórias, valores e até a personalidade podem mudar, dependendo da língua que estou falando. É quase como se o cérebro bilíngue abrigasse duas mentes independentes.

As novas descobertas publicadas no site da Revista Galileu faz cair por terra antigos conceitos. No século muitos pedagogos alertavam que a prática confundiria as crianças e as impediria de aprender corretamente uma das línguas ou a outra. Na pior das hipóteses, essa educação poderia prejudicar o desenvolvimento e reduziria o QI (Quociente Intelectual).

Hoje, esses medos parecem não ter fundamento. É certo que indivíduos bilíngues tendem a ter vocabulários ligeiramente menores em relação a monoglotas nos idiomas que falam e às vezes demoram um pouco mais para encontrar a palavra certa para cada objeto. Mas, um estudo feito no Canadá há quase 50 anos revelou que a habilidade de falar dois idiomas não prejudica o desenvolvimento em geral, pelo contrário. Os psicólogos Elizabeth Peal e Wallace Lambert, da Universidade McGill, descobriram que os indivíduos bilíngues, na verdade, superam os monoglotas em 15 testes verbais e não-verbais.

Os resultados, conforme a revista Galileu, foram ignorados por quase todos os pesquisadores da época. Apenas nos últimos anos o bilinguismo recebeu a atenção que merece. O interesse renovado acompanhou inovações tecnológicas, como a espectroscopia de infravermelho próximo funcional, uma forma de diagnóstico por imagem que funciona com um monitor portátil observando os cérebros de bebês sentados nos colos dos pais. Pela primeira vez, os pesquisadores puderam analisar os cérebros de recém-nascidos em seus primeiros encontros com a linguagem.

Usando a técnica, a neurocientista norte-americana Laura Ann Petitto, da Gallaudet University, descobriu uma diferença fundamental entre bebês que crescem ouvindo uma ou duas línguas. De acordo com a teoria mais difundida, os bebês nascem ?cidadãos do mundo?, capazes de diferenciar sons de qualquer idioma humano. Quando chegam a um ano, acredita-se que eles tenham perdido essa capacidade e se concentram exclusivamente nos sons de sua língua-mãe. Isso parece verdade para os monoglotas, mas o estudo de Petitto, publicado em maio deste ano, descobriu que as crianças bilíngues ainda mostram um aumento de atividade neurológica quando ouvem línguas totalmente desconhecidas ao final de seu primeiro ano. Petitto acha que a experiência bilíngue impede que a criança perca a capacidade de entender sons de outros cantos. O fato ajuda as crianças bilíngues a aprenderem outros idiomas pelo resto da vida.

(Com informações da Revista Galileu)

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