Capa da Bloomberg Businessweek de 3 de outubro de 2013 ironiza declínio de Eike Batista / Reprodução
O Papa Francisco deve voltar brevemente ao Brasil e visitar os pobres, incluindo Eike Batista , ironiza a revista Bloomberg Newsweek. Nesta semana, a publicação dedicou a sua capa à ruína do empresário, classificada como um dos maiores colapsos financeiros pessoais da História ? "se não o maior" ? e diz que o criador do império X pode estar à beira da falência.
A reportagem, entitulada "Como perder uma fortuna de US$ 34,5 bilhões em 18 meses", relata como o candidato a homem mais rico do mundo em 2015 conquistou os mercados com uma mistura de superxploração da imagem pessoal de sucesso, previsões superestimadas de produção de petróleo pela OGX e ouvidos moucos para más notícias.
"A administração [ na OGX ] era estruturada de uma forma em que havia incentivo para que só boas notícias fossem levadas ao Eike, porque ele tinha uma tendência em atirar no mensageiro", afirma uma fonte entrevistada pela revista.
O texto lembra que Eike e seu receituário convenceram, inclusive, grandes investidores internacionais, como os fundos americanos Pimco e Black Rock, o Mubadala Development (de Abu Dhabi), além de IBM, ExxonMobil e General Electric. E que, com a bênção do governo brasileiro, ?ninguém se beneficiou mais do milagre econômico" do que ele.
O início do colapso, no relato da publicação, se dá em abril de 2011, quando um relatório da OGX ? a petroleira do império X ? coloca em dúvida a viabilidade de alguns poços cujo direito de exploração fora adquirido pela empresa. Pouco antes negociadas a R$ 20, elas fecharam a R$ 0,22 na quinta-feira (3).
A Bloomberg Businessweek relembra como, na década de 1980, Eike Bastita, com apoio do pai ? ex-presidente da então estatal Vale do Rio Doce ? passou em cerca de seis anos de um vendedor de pepitas de ouro para um comerciantes de minas do metal. E conta que, quando a TVX ? empresa de mineração criada pelo empresário ? fracassou, o Eike também culpou sua equipe, como fez no colapso da OGX.
Sempre sedento por holofotes, diz a revista, Eike não quis dar entrevista.