Instabilidade econômica e crédito restrito afetam desempenho do setor, mas segundo semestre pode trazer recuperação
Fabio Rodrigues Pozzebom
A indústria eletroeletrônica deve encerrar o primeiro semestre de 2025 com retração de 1% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. A projeção é da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que aponta como principais causas a piora nas condições de crédito, o aumento da inflação e a instabilidade econômica do país.
Conforme a entidade, houve queda nas vendas de produtos da Linha Marrom (como TVs e sistemas de som), Linha Branca (como geladeiras e máquinas de lavar) e, principalmente, da Linha Portátil — que inclui fritadeiras elétricas, ventiladores e aspiradores automáticos. Esta última, que representa 66% do setor, registrou queda de 6%.
Por outro lado, produtos como aparelhos de ar-condicionado e itens da Linha TIC (tecnologia da informação e comunicação), como lâmpadas inteligentes e monitores, tiveram crescimento modesto, próximo de 1%.
Em nota, a Eletros afirmou que os fatores econômicos atuais impactam diretamente o comportamento de consumo. “O crédito está mais caro e restrito, o que pressiona o orçamento das famílias e leva o consumidor a priorizar gastos essenciais, como alimentação e medicamentos, adiando a compra de bens duráveis”, destacou a associação.
Apesar do cenário atual, a entidade lembra que 2024 foi um ano de resultados expressivos — os melhores da última década — impulsionados em parte pelo aumento das importações de itens de menor valor, especialmente da Linha Portátil. Para 2025, a projeção é de queda de 4% nas vendas desse segmento.
Um dos focos de otimismo para o setor em 2025 segue sendo a venda de aparelhos de ar-condicionado, que apresenta crescimento constante desde 2021. No entanto, há entraves importantes: a produção de compressores, insumo essencial para esses equipamentos, está concentrada em um único fornecedor nacional e não tem suprido a demanda.
A Eletros alerta que essa limitação tem prejudicado a produção e pede ao governo federal que flexibilize as regras de exigência de compra local, permitindo a importação desses componentes. “É urgente revisar essa política. A indústria está limitada, o consumidor prejudicado e o acesso ao conforto térmico comprometido”, afirma Jorge Nascimento, presidente da associação.
Recuperação esperada no segundo semestre
Para o segundo semestre, a expectativa da Eletros é de uma leve recuperação, impulsionada por datas como a Black Friday e o Natal. No entanto, a associação ressalta que, se os juros permanecerem altos e o cenário cambial instável, as vendas podem continuar em queda.
“A indústria seguirá focada em otimizar estoques, ampliar a eficiência produtiva e negociar com fornecedores e varejo para manter o equilíbrio entre oferta, demanda e custos. Mas, diante de um ambiente econômico incerto, o caminho será desafiador”, conclui a entidade.
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