Valor é o maior desde 2012, início da série histórica da Pnad Contínua
Marcello Casal - Agência Brasil
Os rendimentos recebidos por meio de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) aumentaram 72,7% entre 2019 e 2024. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE, o valor médio atual é de R$ 836 — o maior registrado desde o início da série histórica, em 2012.
A Pnad acompanha periodicamente os rendimentos da população brasileira, considerando salários, aposentadorias, pensões, programas sociais e outras fontes como aluguéis e aplicações financeiras. Neste ano, pela primeira vez, os dados de programas sociais foram destacados separadamente da categoria “outras fontes”.
Os números revelam que 20,1 milhões de brasileiros — ou 9,2% da população — recebem algum tipo de benefício social. Esse percentual era de 6,3% em 2019 e subiu para 8,6% em 2023.
O valor médio dos benefícios também cresceu. Em 2024, o rendimento médio via programas sociais foi de R$ 836, um aumento de 2,2% em relação a 2023 (R$ 818) e de 72,7% em comparação com 2019 (R$ 484).
Considerando todos os tipos de rendimento, o valor médio mensal por pessoa no domicílio foi de R$ 2.020 em 2024. A maior parte desse valor (74,9%) vem do trabalho. Os programas sociais respondem por 3,8% da renda domiciliar, em média.
Diferenças regionais
Nas regiões Norte e Nordeste, o peso dos programas sociais na renda domiciliar é maior que a média nacional. No Norte, eles representam 8,2%; no Nordeste, 9,4%. Nestas regiões, o Bolsa Família é destaque, compondo cerca de um terço dos valores pagos: 32,7% no Norte e 34,6% no Nordeste.
O Bolsa Família é o principal programa de transferência de renda do país. Para ter direito, a renda por pessoa da família deve ser de até R$ 218 por mês.
Ainda segundo o IBGE, as regiões Norte e Nordeste apresentam os menores rendimentos do país. Entre os 40% mais pobres, a média per capita no Nordeste é de R$ 408, e no Norte, R$ 444. No outro extremo, a Região Sul lidera com R$ 891, seguida do Sudeste (R$ 765) e Centro-Oeste (R$ 757).
O Sul também se destacou no crescimento dos benefícios sociais: o valor médio na região chegou a R$ 939 em 2024 — o maior entre todas. Segundo o IBGE, esse aumento pode estar ligado às enchentes que afetaram o estado, motivando a criação de benefícios emergenciais.
Comparação de rendimentos
A pesquisa também comparou a renda média de quem recebe e de quem não recebe programas sociais. Entre os beneficiários do Bolsa Família, o rendimento médio mensal por pessoa é de R$ 717. Para os que não participam do programa, esse valor é de R$ 2.424.
Desde 2019, o rendimento dos beneficiários cresceu 53,9%, passando de R$ 466 para R$ 717. Já entre os não beneficiários, o crescimento foi de 13,3% no mesmo período.
O IBGE aponta que esse avanço se deve, em parte, aos reajustes no valor do benefício em 2022 e 2023, além da melhora no mercado de trabalho, que favoreceu especialmente a população com menor renda.
Apesar dos avanços, o analista do IBGE Gustavo Fontes destaca que os rendimentos dos beneficiários do Bolsa Família ainda são significativamente mais baixos. “O rendimento domiciliar per capita desses domicílios representa menos de 30% do rendimento daqueles que não recebem o benefício, o que mostra que o programa cumpre seu papel ao atender famílias em situação de maior vulnerabilidade”, afirma.
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