A dor e a revolta do Corinthians após o rebaixamento levaram a diretoria do clube a decretar que, agora, o time será "independente". Os alvos da ira: a CBF e o Clube dos 13.
"Queria agradecer à torcida e pedir que todos tenham calma nessa hora. O Corinthians começou sua história com 11 camisas e vai sair dessa [Série B] com mais de 30 milhões de torcedores. Hoje somos uma torcida sofrida, um clube magoado e massacrado. Mas agora será independente. As pessoas vão entender o que quero dizer com isso", afirmou o presidente Andrés Sanches, que assumiu o cargo em 9 de outubro.
Segundo ele, o clube foi rebaixado por conta da má gestão de Alberto Dualib, presidente que esteve no cargo entre 1993 e 2007, quando renunciou ao posto --e de quem foi vice de futebol. "O time caiu por conta de uma administração com erros. A partir de amanhã [hoje]todos ficarão sabendo detalhes dessa herança", declarou Sanches, que foi vice de futebol durante o Brasileiro de 2005, vencido em parceria com a MSI.
"Todos temos um pouco de culpa, mas a antiga administração é a maior culpada. Infelizmente, chegamos tarde. Estamos no fundo do poço", lamentou Andrés Sanches.
Ele não quis definir se o técnico Nelsinho Baptista permanecerá no comando da equipe, mas prometeu fazer uma profunda reformulação no departamento de futebol em 2008.
O primeiro a sair foi o vice de futebol, Antoine Gebran, que em sua despedida, num discurso inflamado e choroso, para criticar a CBF e a administração de Alberto Dualib.
"Nunca vi um pênalti ser repetido três vezes. Fico desconfiado do juiz", disse ele, referindo-se ao jogo do Goiás.
"Agora nós vamos fazer a vontade, não sei se da CBF, de enriquecer a segunda divisão", afirmou Gebran.
"O Corinthians está indo para a segunda divisão de cabeça erguida. Faltou competência da antiga diretoria, desta não. CaÃmos por todo o escândalo que envolveu o clube. Nós pegamos o barco andando", disse o ex-dirigente corintiano.
O goleiro Felipe, que chorou bastante após o final do jogo, foi até a torcida pedir desculpas. "O mundo não vai acabar. Temos que sair como homens. A gente tentou, a gente lutou, mas não deu", declarou ele, que não quis assegurar sua permanência no clube em 2008.
"Eles terão que vender jogadores para fazer caixa. As receitas do clube devem diminuir", disse o camisa 1, que, mesmo após a queda, foi ovacionado pela torcida. "Não adiantou nada o que fiz neste ano", falou o goleiro, que criticou a postura de alguns jogadores do Internacional na partida contra o Goiás. "Tem jogador lá que não honra a camisa. Amigos me disseram que alguns jogadores não iriam se esforçar", afirmou.