Quatro anos depois de o Brasil depositar as esperanças em Daiane dos Santos para obter a primeira medalha olímpica na ginástica, Jade desponta como a nova aposta. O palpite vem de quem mais conhece as ginastas brasileiras: o técnico ucraniano Oleg Ostapenko.
Antes do Mundial, Ostapenko previra que Jade seria a única brasileira com condições de subir ao pódio e acertou na mosca. A carioca conquistou, em Stuttgart, a medalha de bronze no individual geral, resultado inédito para o Brasil.
"Gostei muito da forma como ela competiu. Se ela caprichar na Olimpíada, pode conseguir medalhas no individual geral e em mais dois aparelhos", disse o técnico à reportagem após o desembarque no Brasil, nesta terça-feira.
Ostapenko ainda foi além. O ucraniano acredita que Jade tem condições de superar inclusive suas principais rivais do individual geral em Pequim.
"Acho que a Jade está um nível acima da Shawn Jonhson [ouro na prova no Mundial] e da italiana [Vanessa Ferrari, que dividiu o terceiro lugar com a brasileira]", afirmou.
Ostapenko, entretanto, mostrou-se preocupado com o excesso de carga a que Jade acaba exposta nas competições.
No Mundial, a carioca competiu cinco dias em uma semana. Fez exercícios nos quatro aparelhos no classificatório e na final por equipes e no individual geral. Além disso, ainda participou das finais do salto sobre o cavalo e da trave.
Seu rendimento foi caindo conforme as competições chegavam ao fim. No primeiro dia, obteve as maiores notas da equipe brasileira em três provas. Três dias depois, brilhou novamente. Conseguiu a melhor soma de notas entre as 45 competidoras e, de quebra, conduziu o Brasil ao quinto lugar por equipes.
Dois dias depois, participou do individual geral e levou o pódio inédito. No final de semana, já exausta, Jade obteve resultados mais modestos. Ficou em quinto lugar, no salto, e na sétima posição, na trave.
"Mas não tem jeito. Jade precisa competir em todos os aparelhos porque, sem ela, nossas chances na competição por equipes diminuem", justifica o técnico. "Mesmo assim, creio que, com uma preparação adequada, ela pode suportar bem essa carga na Olimpíada. A Jade é muito forte fisicamente".
Hoje, a própria ginasta queixou-se um pouco do cansaço que a abateu no final das competições em Stuttgart. "No último dia, eu e as outras ginastas nos olhávamos e víamos o quanto estávamos cansadas. Mas acho que consegui até manter uma certa regularidade", comentou a atleta.
Enquanto Jade é alçada a principal aposta brasileira em Pequim, Daiane vive momento oposto. Vítima de lesões consecutivas, a gaúcha declarou que competiu apenas em prol da equipe. Mesmo assim, obteve um resultado pífio em sua especialidade na final coletiva. Foi a penúltima entre as 45 competidoras do solo.
A receita para voltar a brilhar é dada pelo próprio comandante. "Se ela superar essa dor no pé, pode conseguir atingir o mesmo nível de antes. O que ela precisa fazer é para de treinar um tempo e tratar de vez essas lesões", recomendou.
Conselho seguido, Daiane se afastará dos treinos para fazer exames e tratar definitivamente a lesão no tornozelo.
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