A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul inaugura, hoje (2), a exposição "Panorama - 30 anos da Divisão do Estado", no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (Marco). A exposição, comemorativa aos 30 anos da divisão do Estado de Mato Grosso, terá abertura às 19h30.
A exposição vai ocupar todas as salas do Marco, sendo uma delas exclusiva para uma série do artista plástico Humberto Espíndola, "Divisão do Estado de Mato Grosso", um conjunto de oito telas pintadas em 1978, todas parte do acervo do museu. Fazem parte da mostra 30 artistas, nascidos ou radicados no Estado: Ana Karla Zahran, Anelise Godoy, Beto Lima, Buga, Carla de Cápua, Carlos Nunes, Cello Lima, Dagô, Douglas Colombelli, Edson Castro, Evandro Prado, Genésio Fernandes, Henrique Spengler, Humberto Espíndola, Ilton Silva, Isaac Saraiva, Jonir Figueiredo, Jorapimo, Júlio Alvarez, Juraci Melo, Lú Sant´anna, Lúcia Barbosa, Maria Helena Belalian, Mary Slessor, Miska, Neide Ono, Ovini Rosmarinus, Paulo Rigoti, Priscilla Pessoa e Vânia Pereira.
A curadoria foi da coordenadora do Marco, Maysa Barros, e do coordenador do Museu da Imagem e do Som (MIS), Rafael Maldonado.
"Selecionamos artistas não a partir de uma cronologia rígida, mas tendo como principal critério a capacidade das obras darem conta de abarcar a simbologia desenvolvida nas artes plásticas nestes últimos 30 anos, e isso explica também o fato de termos recorrido aos anos que antecederam a divisão de Mato Grosso e a criação de Mato Grosso do Sul", comentou Maísa Barros.
Para compor o panorama geral, os artistas foram divididos em quatro eixos: artistas da tradição, geração anos 80, geração anos 90 e artistas a partir do ano 2000. "No caso das artes plásticas local, o embrião dessa tradição nos movimentos artísticos surge na figura de Humberto Espíndola que, com uma produção latente e inovadora para os anos 70, projetou para o Brasil uma região ainda então desconhecida, fazendo com que a crítica especializada olhasse para dentro dos limites do centro do país. Humberto Espíndola foi por muito tempo a principal referência para os artistas que se seguiram nas décadas posteriores, tanto em Mato Grosso quanto em Mato Grosso do Sul", analisa Maldonado. Com temas baseados na geografia pantaneira, na representação da cultura indígena e assuntos de cunho social, a tradição aqui também é exemplificada nas obras de Jorapimo, Mary Slessor, Ilton Silva, Vânia Pereira e Júlio César Alvarez.
Já na produção nos anos 80, encontramos elementos que estão fortemente relacionados com a presença da iconografia indígena, grande inspiração para alguns artistas desse período. "O geometrismo abstrato aparece para melhor ilustrar a simbologia das nações indígenas kadiwéu, terena e guarani. A arte sul-mato-grossense atravessa um momento intenso de buscas e descobertas de identidades, de linguagens, de possibilidades de exploração de novos conceitos", comentou Maldonado, apontando para este período os artistas Jonir Figueiredo, Henrique Spengler, Miska, Lú Sant'Anna, Neide Ono e Carla de Cápua.
Para os curadores, nos anos 90 ocorre um distanciamento dos temas regional e indígena. "A geografia e assuntos da cultura local aos poucos vão desaparecendo nas abordagens dos artistas dessa geração. Começa-se a dialogar com as linguagens mais contemporâneas na pesquisa de novos procedimentos, exploração de outros suportes, diferentes maneiras de representar. Nesse cenário deve-se registrar a importante atuação do Marco como mecanismo de fortalecimento da atividade artística no Estado, uma vez que o museu constituiu-se como espaço referencial na formação de repertórios visuais, abrigando importantes eventos como o Salão de Artes Plásticas e exposições dos artistas locais e de outras regiões", destacou Maldonado.
A intensa produção dos anos 90 está representada na exposição por artistas como Ana Karla Zahran, Beto Lima, Carlos Nunes, Edson Castro, Anelise Godoy, Cello Lima, Paulo Rigotti, Maria Helena Belalian, Genésio Fernandes, Dagô, Lúcia Barbosa, Ovini Rosmarinus, Juracy Mello e Isaac Saraiva - estes últimos destacando-se na arte primitiva, por meio de mostras temáticas.
A partir de 2000, uma geração de novos artistas alia a avidez por informações e inquietações estéticas com investigações que vão levar muitos à busca de alternativas às linguagens tradicionais. Em "Panorama - 30 anos da Divisão do Estado", esta geração está representada pela produção de Douglas Colombelli, Evandro Prado, Priscilla Paula Pessoa e Buga.
A exposição vai até o dia 25 de novembro. Mais informações no Marco, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul localizada na Rua Antônio Maria Coelho, número 6000, no Parque das Nações Indígenas. Telefone: 3326-7449 (das 12 às 18h) e site: www.marcovirtual.com.br.
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