Pureza. Sensibilidade. Criatividade. Inovação. Alegria. Energia. Interesse. Para as crianças, esses são ingredientes de sobra em cada minuto, tanto em casa quanto na escola. E nada melhor para aproveitar tudo isso do que a arte, que necessita do brilho nos olhos, que muitas vezes, o adulto perde entre as suas responsabilidades. No teatro não é diferente, cada vez mais as escolas procuram oferecer a arte e incentivar os alunos.
Dirigidos por Marcelo Leite, no teatro há cinco anos, crianças entre 12 e 16 anos, apresentaram o espetáculo "Duda, aprendendo a brincar". No fim da semana passada, muitos subiram no palco pela primeira vez, e não esconderam o sonho com a profissão: "à legal, porque a gente pode um dia ser famoso e fazer ainda mais amigos", anima-se David Monte Alegre, de 12 anos.
Teatralizar crianças não é tarefa fácil, e Marcelo Leite, acostumado com jovens, afirma ter aprendido muito com os pequenos artistas. "Eles são agitados, mas muito criativos, me ajudaram a ter novas idéias, foi uma experiência muito bacana", comemora Marcelo.
O texto foi escrito por Marcelo Leite, diretor da Companhia Teatral Fulano Di Tal, em conjunto com um dos integrantes do grupo, Lucas Rodrigues, que segundo Marcelo, foi autor da maioria das idéias iniciais do espetáculo. O enredo abriu espaço para cantigas de roda, folclóricas e tornou-se praticamente um musical, havia muita dança no palco.
Público infantil, elenco infantil, uma ousadia que deu certo. O texto explorou questões sérias, que não fugiam do contexto da vida de cada criança da sociedade atual, a questão da tecnologia, da internet, que afastam a criança da própria infância, que as colocam em um circuito fechado, esquecem as bonecas, as cantigas, as brincadeiras que proporcionam inter-relacionamento e desenvolvimento cultural, e optam pelo Orkut, MSN, vÃdeo-game, meios virtuais em busca da diversão, que é bem mais fácil de ser encontrada do que se pensa, como dito no espetáculo: "A gente é que complica!".