No programa "Café com o presidente" desta segunda-feira, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil caminha para ser independente na produção de gás. O presidente ressaltou o investimento da Petrobras no paÃs, mas disse que a prioridade é o abastecimento das termoelétricas.
"Quando os lagos que produzem energia elétrica tiverem num nÃvel muito baixo, nós acionaremos imediatamente as termoelétricas a gás. Num segundo momento, a Petrobras precisa atender à s suas próprias necessidades porque ela precisa reinjetar gás para tirar petróleo. Aà depois ela pode oferecer para as indústrias, oferecer para os carros, oferecer para quem quiser", enumerou.
Em seguida, Lula destacou a questão da independência. "Nós estamos trabalhando com a certeza de que, logo, logo, o Brasil também será independente na questão da produção de gás."
Sobre o encontro com Evo Morales na Cúpula Ibero-americana, realizada na última semana, no Chile, Lula disse que é preciso investir na BolÃvia agora para garantir o abastecimento de gás no Brasil.
"O Brasil hoje depende do gás da BolÃvia, a Argentina depende do gás da BolÃvia, o Chile depende do gás da BolÃvia e nós precisamos fazer investimento na BolÃvia para que a gente possa produzir mais para atender o mercado interno da BolÃvia, o mercado interno brasileiro, o mercado argentino e o mercado chileno."
No inÃcio do programa, ao falar sobre a descoberta da maior área petrolÃfera do paÃs, o presidente foi cauteloso e lembrou que a extração ainda vai demorar.
"Vai ter que esperar, pelo menos, uns cinco ou seis anos enquanto a Petrobras se prepara do ponto de vista tecnológico para chegar no petróleo que é quase 6 a 7 mil metros de profundidade. Temos tecnologia para isso, a Petrobras tem possibilidade, agora, isso precisa um pouco mais de estudo, de mais investimento em tecnologia, para que a gente possa fazer com que esse petróleo comece a gerar as riquezas que nós tanto precisamos."
Lula afirmou também que a descoberta não fará com que o paÃs abandone os biocombustÃveis. "Eu continuo dizendo que é inexorável que o mundo vai ter que adotar uma mistura do biocombustÃvel no petróleo. Nós já estamos no etanol, o Brasil já mistura 25%. A Europa decidiu, até 2020, misturar 10%. E nós começaremos em janeiro a misturar 2% de biodiesel no óleo diesel. Depois nós vamos para cinco, depois para dez, ou seja, quando todo mundo tiver fazendo isso, nós vamos poder diminuir a emissão de CO2 e vamos poder gerar milhões de empregos no Brasil, na América Latina e na Ãfrica".