Apesar das turbulências diplomáticas com a Venezuela, o Brasil vende como nunca ao país governado pelo presidente Hugo Chávez, com um aumento de 32,8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Mas a enorme e crescente assimetria no comércio bilateral reforça a percepção de que uma eventual entrada ao Mercosul não será positiva para o país.
No primeiro semestre deste ano, quando Chávez e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divergiram em temas como o uso do etanol e a criação do Banco do Sul, as exportações brasileiras se beneficiaram sobretudo do aumento do consumo de carne bovina e da venda de automóveis novos, dois dos produtos que tiveram uma recente explosão de vendas.
A venda de carne bovina desossada aumentou 449% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2006. Já a exportação de automóveis, o principal produto de exportação brasileiro para a Venezuela, aumentou 147,55%. O país foi responsável por 9,35% do total vendido.
Desde que Lula chegou ao poder, as vendas brasileiras para a Venezuela passaram de US$ 608 milhões, em 2003, para US$ 3,6 bilhões no ano passado --aumento de 492%.
Já de 1999 a 2002, período em que Chávez e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conviveram no poder, o crescimento foi de apenas de 48% em quatro anos, passando de US$ 536,7 milhões para US$ 798,9 milhões. Todos os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro.
Além da aproximação diplomática, foi nesse período que o preço do barril de petróleo explodiu. Quando Chávez se elegeu, em 1998, o barril do petróleo venezuelano se vendia a US$ 10. Em 2003, custava US$ 25,7. Hoje vale US$ 69,06.
A consolidação das relações comerciais com a Venezuela ainda não provocou grandes investimentos de empresas brasileiras. A exceção é o grupo Gerdau, que no mês passado comprou a siderúrgica Sizuca por US$ 92,5 milhões. Até então, a única empresa brasileira com fábrica em solo venezuelana era a Ambev, que desembarcou em 1994, antes de Chávez.
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