Buscando trabalhar conjuntamente com os produtores a fim de aprimorar a qualidade da carne oferecida ao consumidor, o Independência Alimentos, por meio de seu Serviço de Atendimento ao Pecuarista (SAP), orienta seus fornecedores sobre a importâncias e as vantagens de castrar o rebanho.
"A castração dos animais está diretamente ligada à qualidade da carne por diversos fatores, tais como a dificuldade de fazer o manejo do animal inteiro e a relação com a composição do peso da carcaça, já que em um animal inteiro, de mais de 24 meses, ocorre desequilíbrio das proporções traseiro-dianteiro", explica o gerente comercial e de relacionamento com o pecuarista do Independência, Eduardo Pedroso.
Ele explica que após a puberdade, o metabolismo hormonal do animal equivale ao de um touro e o manejo de um animal inteiro é mais difícil, pois ele fica mais susceptível ao estresse.
Situações como o transporte, embarque, desembarque, formação de novos lotes, manejo inadequado, entre outros geram estresse no animal. Isso acarreta problemas com a qualidade do produto - maciez, coloração escura, sabor e redução de vida de prateleira na gôndola do supermercado. "Essas situações fazem com que o animal consuma reservas de glicogênio muscular no período pré-abate. Este fato, interfere na curva de queda do Ph e a maturação sanitária ou rigor-mortis não ocorre de maneira adequada o que desqualifica o produto para os melhores mercados", explica Pedroso.
Outro aspecto relacionado à castração é que quanto mais velho o animal inteiro, maior o desequilíbrio entre a proporção dianteiro / costela e traseiro, parte da carcaça onde se localizam os cortes mais nobres do animal. "Além disso, o animal inteiro possui maior dificuldade de ter um bom acabamento de gordura", destaca Rodrigo Mascarenhas, técnico do Serviço de Atendimento ao Pecuarista (SAP) da unidade de Janaúba (MG).
"É importante somar a castração a outras ações que melhoram a qualidade da carne, como um manejo consciente, sem estressar ou machucar os animais. Em conjunto, essas medidas aumentam o valor da carne o pecuarista também sai ganhando, pois o frigorífico remunera de acordo", acrescenta a zootecnista Andriana Tombini, técnica do SAP da unidade de Senador Canedo (GO).
Cuidados
É importante que a castração seja realizada por um técnico capacitado. O Independência orienta seus fornecedores a castrar seus animais em épocas em que a umidade do ar está baixa, pois é menor a proliferação de moscas. Dessa forma, diminui-se a possibilidade de infestação por miíase (bicheira) e infecções secundárias. "Sempre que possível, é recomendado que a castração seja feita nas horas mais frescas do dia para evitar hemorragias. É importante ter o máximo de higiene no processo cirúrgico e desinfetar o local após a cirurgia com medicamento apropriado", reforça a médica veterinária Raquel Cadena, técnica do SAP da unidade de Campo Grande (MS).
O recomendado é realizar a castração pelo menos seis meses antes do abate, quando o animal tiver peso vivo entre 300 kg e 350 kg.
Animal de confinamento
O SAP esclarece que a forma de lidar com o animal inteiro a pasto é diferente do boi inteiro de confinamento, atividade que vem crescendo no Brasil de forma significativa.
Embora não seja fácil, é possível obterter uma boa carcaça de animal jovem inteiro em confinamento alimentado com dieta de alta energia por pelo menos 90 dias. "Para trabalhar com animal inteiro existe tecnologia disponível, mas é preciso profissionalismo e gestão competente. O desafio está em equilibrar genética, nutrição, sanidade e manejo.", destaca Eduardo Pedroso.
Ciência
Ação é em parceria entre Fundect e UFMS
Policial
Balanço foi feito pela Sejusp
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