O consumo nacional de gás natural atingiu 44,7 milhões de metros cúbicos diários em outubro, de acordo com dados consolidados pela ABEGÃS- Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado.
Com relação aos números apresentados nos primeiros meses de 2007, o consumo aumentou, em média, 5 milhões de metros cúbicos principalmente devido ao setor elétrico, que vem apresentando um crescimento significativo para o mercado. De janeiro a setembro de 2007, a média diária das térmicas havia sido de 4,2 milhões de metros cúbicos; enquanto que em outubro, foi de 7,9 milhões de m³/dia.
A Região Sudeste continua liderando a expansão do consumo de gás natural, com 31,4 milhões m³/dia consumidos em todos os segmentos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, EspÃrito Santo e Minas Gerais, representando 70% da média nacional. Seguido pelas Regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, que consumiram respectivamente 6,5 milhões m³/dia, 5,8 milhões m³/dia e 879 mil m³/dia de gás natural.
Comparando-se o mês de outubro de 2007 com outubro de 2006, manteve-se a média diária de 44 milhões m³/dia. Já com relação ao mês de setembro de 2007, os dados apontam avanço de 1,95%, provocado pelos setores elétrico, industrial e de co-geração, que aumentaram, respectivamente, 8,64%, 0,38% e 10,27%. Em contrapartida, os segmentos residencial, automotivo e comercial apresentaram retração de, respectivamente, 6,03%, 0,40% e 0,15%.
O mercado de gás natural tem crescido por conta dos investimentos feitos pelas empresas distribuidoras apoiado pelo plano de massificação de uso que foi implementado no paÃs desde 2003.
Nos últimos doze meses, o segmento automotivo apresentou um crescimento de 6,12%. O consumo de gás natural veicular atingiu a marca de 7,1 milhões de metros cúbicos diários, correspondendo a 16% da demanda média diária brasileira. Os postos de combustÃveis que comercializam o GNV são a grande âncora do negócio de distribuição de gás para a maioria das Concessionárias no Brasil. A partir da implantação de um posto é possÃvel capilarizar a rede de distribuição para atender aos diversos segmentos do mercado de gás.
Em outubro, a Petrobras reduziu o fornecimento de gás para algumas companhias da região Sudeste, visando atender ao termo de compromisso assinado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pelo qual a empresa se compromete de acordo com um cronograma, a ampliar o fornecimento de gás a 22 usinas termelétricas, aumentando a disponibilidade de geração delas de 2.200 megawatts (MW) médios neste ano para cerca de 6,7 mil MW médios em 2011.
O volume de 1,5 milhão m³/dia de gás natural necessários para abastecer uma usina térmica pode abastecer uma média de 300 postos, atendendo a 312.500 clientes automotivos por dia, com um consumo médio de 4,8 m³/dia por veÃculo ou poderia abastecer por dia, em média, 136 indústrias.
Para a ABEGÃS, "o problema estrutural na questão da oferta de gás natural deve ser resolvido com a criação de polÃticas e medidas que estimulem o aumento da oferta. A polÃtica energética do Governo Federal deveria estabelecer a opção do uso de óleo combustÃvel para as termelétricas, tornando-as bicombustÃveis, evitando-se novos contingenciamentos na oferta de gás para o mercado convencional (não-térmico). Deveria também ser reduzida a queima do Gás Natural e o uso pela Petrobras durante o perÃodo de escassez de oferta, assim como a reinjeção nos poços,considerando que hoje esta queima e a utilização nas unidades de E&P da Petrobras são da ordem de 13,24 milhões de m³/dia, representando 27,5% do total da oferta nacional".