Foram entrevistados 101 motoristas na BR-262/MS, no trecho próximo ao Buraco das Piranhas. / Divulgação
O excesso de velocidade é a principal causa dos atropelamentos de animais na rodovia, segundo 66,6% dos motoristas de ônibus, caminhão e carros de passeio que trafegam na BR-262, no Mato Grosso do Sul. As informações fazem parte de uma pesquisa realizada pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) através do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (UFPR/ITTI).
Dos 101 motoristas entrevistados na BR-262/MS, no trecho próximo ao Buraco das Piranhas, em Corumbá, quase a totalidade deles (98,01%) reconheceram que o atropelamento de fauna é um dos principais problemas da rodovia.
Entre os entrevistados, 47,5% já presenciaram pelo menos um acidente deste tipo, sendo que 17,8% confirmaram ter atropelado algum animal. O descuido na direção foi apontado por 54,5% como a segunda principal causa de acidentes com animais.
O percentual de motoristas de ônibus, caminhão e carros de passeio que utilizam a BR-262/MS e acreditavam que o excesso de velocidade era a principal causa de atropelamentos foi de 37,4%. A falta de visibilidade apareceu em segundo lugar, apontada por 55,5% dos entrevistados.
610 animais mortos
Durante um ano, o Programa de Monitoramento de Atropelamentos de Fauna vistoriou todas as semanas a BR-262/MS, entre Corumbá e Anastácio, para registrar o número de animais atropelados. No trecho de 284 quilômetros entre os dois municípios, no Mato Grosso do Sul, foram encontrados 610 animais mortos.
Após esse monitoramento a UFPR/ITTI fez a Proposta de Dispositivos de Proteção à Fauna, que inclui em seu programa a implantação de radares nos trechos onde ocorrem mais atropelamentos, além da colocação de telas e do corte da vegetação mais densa que prejudica a visibilidade do motorista.