A edição deste sábado (dia 19) do jornal britânico The Daily Telegraph traz na capa de seu caderno de turismo uma reportagem sobre pacotes turÃsticos recém-lançados que "garantem" a observação de onças no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
O diário classifica a onça-pintada de "um das criaturas mais elusivas e mais caçadas do planeta, e afirma que esse "novo ramo de turismo" espera "persuadir a população do Pantanal de que esse grande gato é mais valioso vivo que morto". Nas estimativas do Telegraph, entre 4 mil e 7 mil onças vivem no Pantanal, e os animais "emprestam romantismo à paisagem virgem já repleta de biodiversidade". A reportagem diz ainda que o santuário natural brasileiro atrai desde "mestres do universo" - como um americano dono de uma mina de prata na BolÃvia, que comprou uma fazenda no Pantanal - até "salvadores do planeta".
'Pulo do gato'
A alcunha é emprestada na notÃcia ao biólogo e ambientalista americano Charles Munn, "que passou os últimos 25 anos nas matas do Brasil e do Peru". Munn é também o guia da expedição tema da reportagem britânica. "Por meio do turismo, (Munn) planeja demonstrar aos fazendeiros, pecuaristas e madeireiros do continente que continuam a matar jaguares que eles são mais valiosos vivos que mortos." Munn disse ao diário londrino que "entre julho e meados de outubro, você tem uma probabilidade de 97% de ver o maior felino das Américas".
De acordo com o jornal, o "truque simples mais brilhante" usado pelo empreendedor foi contratar caçadores de onça para rastreá-las - e comunicar a sua localização para os guias dos grupos de ecoturistas. Segundo o Telegraph ao fim dos dez dias de passeios de observação da natureza, regados a caipirinhas, "coquetéis de alta octanagem à base de rum", o turista chega a ficar "cansado" de tanto ver onças.