O Pantaneiro
Com o decreto municipal na capital, alguns comerciantes estão receosos com a vinda de pessoas da capital para a região da Estrada Parque, como Piraputanga e Camisão.
A região é bem conhecida por conta das belezas naturais e com isso, o número de visitantes cresceu bastante durante a pandemia em busca de ar puro e tentando fugir da aglomeração da cidade.
Restaurantes já estão recebendo demandas para reservas. É notável que a procura vai crescer, principalmente por conta desse longo feriado, entretanto, o que as pessoas ainda não entenderam é que não é um ‘feriado’ para sair de férias e sim, um momento de ficarmos em casa na tentativa de conter a proliferação do Covid-19.
Como havíamos noticiado mais cedo, a Prefeitura de Aquidauana divulgou uma nota de Utilidade Pública que confirma que hoje (19) o município atingiu 100% da capacidade dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados no Hospital Regional Dr. Estácio Muniz.
Comerciantes da região de Aquidauana, como supermercadistas acreditam que ainda é cedo falar sobre o impacto no setor. Ronald Higashi, proprietário do Mercado Seriema fala que ainda é cedo pra saber como isso vai impactar em Aquidauana. “No momento é difícil avaliar o reflexo desta antecipação de feriado de Campo Grande em nosso comércio, mas em relação ao abastecimento até o momento não houve nenhuma mudança de fornecedor, continuando a entrega normalmente", afirma.
Higashi ainda conta que o comércio tem feito a sua parte em relação à segurança sanitária, conforme os órgãos competentes têm imposto. O município tem que trabalhar com a população para se prevenir e sair somente se necessário assim não há necessidade de fechar o comércio.
De acordo com Mauro Palácio, presidente da Associação Comercial de Aquidauana e Anastácio, as medidas decretadas deveriam ser revistas quanto ao horário de funcionamento. “Se o mesmo é reduzido, mais pessoas se aglomeram. O horário deveria ser ampliado para que as pessoas passem a fazer no comércio o que precisam, sem aglomeração”.
O Pantaneiro questionou Mauro sobre o impacto desse ‘feriadão’ na capital. Para ele a ação vai afetar Aquidauana e região: “nós não podemos impedir as pessoas de irem e virem, entretanto, todos precisam ser conscientes e se cuidar. Os casos estão aumentando e precisamos nos cuidar”, contou.
Para um empresário responsável por uma pousada em Piraputanga, desde o começo dessa pandemia a procura para hospedagem na região cresceu exponencialmente. Esse crescimento tem aumentado desde então. A procura tem sido principalmente de famílias e praticantes de eco esportes. Na sua grande maioria de visitantes vindo de Campo Grande, mas também visitantes de outras cidades como Maracajú e Dourados.
Alexandre Périco conta que num ponto de vista comercial e financeiro, essas medidas teriam um impacto financeiro positivo para qualquer comerciante na Estrada Parque Piraputanga. Porém, diante da situação caótica que o Brasil vive de sobrecarga no sistema de saúde, ele diz que a prioridade nesses próximos dias deveria estar no coletivo. “Temos muitos aposentados que vivem nos Distritos da Estrada Parque. Temos também a dificuldade da distância dos hospitais e acesso a uma farmácia”, explicou ao O Pantaneiro.
Para ele, chegamos a um ponto em que algo precisa ser feito de forma ampla e com sincronicidade. “A nível estadual, de nada adianta uma cidade implementar qualquer iniciativa de massa quando a cidade vizinha segue inerte e às vezes até em direção contrária. Na falta desse nível de gestão, cabe a cada um de nós individualmente, como cidadãos, irmãos e seres humanos, decidir o que fazer e o que deixar de fazer. Somos seres racionais. Não dependemos de políticas públicas para nos mostrar o óbvio. Essa responsabilidade e bom senso será o fator decisivo do número de óbitos em nossas famílias” concluiu.
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