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Frigorífico só paga pela carcaça do boi, reclama sindicato

O aproveitamento de praticamente 100% do boi pelos frigoríficos remunerando apenas a carcaça aos produtores foi tema de discussão do 7º Café da Manhã com a Imprensa, realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande, nesta sexta-feira, dia 26. De acordo com dados apresentados no encontro, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Corte), a cada quatro animais abatidos um é ganho pelo abatedouro por conta do alto aproveitamento de seus sub-produtos, como sebo, couro e miúdos - não remunerados ao criador.


Atualmente as indústrias pagam apenas pela carcaça, fato que segundo o presidente do SRCG, José Lemos Monteiro, só ocorre no Brasil. "Em todo o mundo o produtor é remunerado pelo quilo vivo, apenas aqui somos pagos pela carcaça, sendo que produzimos o sebo que vira sabonete, combustível, o couro que se torna calçados e muito mais", pondera.


O couro hoje é o principal sub-produto de origem bovina, representando cerca de 40 quilos (17% de um animal). É exportado para vários países, rendendo mais de 2 bilhões de dólares ao ano - mas nada é repassado ao criador.


Outro sub-produto bastante valorizado são as pedras retiradas da bílis do animal, usado para estimular as ostras a produzirem pérolas, "vendido a preço de ouro para esse segmento, mas que não vemos a cor do dinheiro", ressaltou o produtor e leiloeiro rural, Tonhão.


Conforme o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Gelson Feijó, os frigoríficos conseguem lucratividade através desses produtos retirados dos animais e que não são pagos aos pecuaristas. "Se ele fosse depender da carcaça teria prejuízos, pois entre o que ele paga e vende aos varejistas, perde pelo menos 2%", afirma, revelando dados de uma empresa que paga R$ 936,00 por uma carcaça e a vende a R$ 906,00 ao varejo.


Desta forma fica evidenciado que é com os sub-produtos do boi que as indústrias conseguem obter lucratividade, que é maior dependendo do tipo de exploração e dos clientes que possui.


E na carne, quem mais sai ganhando são os varejistas, já que em uma carcaça remunerada em R$ 4,00 o quilo ao produtor, ele vende a R$ 14,00 o quilo do filé, ou entre R$ 14,00 e R$ 20,00 o quilo da picanha.

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