A escritora Raquel inaugura um novo espaço dedicado à literatura, na próxima
Lia recebendo reconhecimento do trabalho em hospital / (Foto: Arquivo Pessoal)
Paira em todo hospital uma angústia no período de internação, seja do próprio paciente ou de um familiar, afinal, existe uma ansiedade de querer estar bem e em casa. Há 5 anos, a aquidauanense e escritora Raquel Anderson criou um projeto inovador, onde A Literatura Cura, como o nome ínsita, o poder da literatura durante o processo de tratamento.
Raquel é formada em história, passou a notar o fechamento de diversas livrarias em Campo Grande, além do impacto que isso gerava na população. Logo, criou um método que aproxima de forma afetiva o contato com o mundo das palavras, no Hospital Cassems.
“Comecei escrever tardiamente, aos 50 anos, hoje com 58, isso é uma coisa recorrente na literatura. Penso que quando a gente tem oportunidade de estudar, tem o dom que estava adormindo, penso que temos obrigações com a sociedade. O hospital era recém-inaugurado, pensei em levar o projeto”.
Antes de apresentar a ideia ao hospital, Raquel fez pesquisas que confirmavam a importância da literatura na humanização hospitalar, de como a leitura ajudava na autoestima e no processo de cura dos pacientes.
“Faço anamnésias literárias, o nome que adequei para entrevista que o médico faz com os pacientes, que extraio as relevâncias do dia a dia, todas as suas memórias do universo afetivo, revisitar as lembranças. A partir disso crio várias modalidades literárias, que são poesias, poemas, crônicas, e entrego em caixinhas de remédio, para simbolizar verdadeiramente o remédio da alma, como se fosse uma bula”.
A caixinha é toda personalizada, como se um genérico que avisa: sem contra indicações. O resultado que colhe é gratificante, os pacientes e acompanhantes reconhecem o acolhimento e cuidado. O atendimento é feito em todos os setores, desde a oncologia até a pediatria.
“A ideia é ressignificar a internação hospitalar, para fazer com que as pessoas se sintam acolhidas e amadas, que vejam o hospital tem preocupação com o afago na alma. Nesses cinco anos, nunca houve recusa. Também escrevo para acompanhantes, percebi que, às vezes, estão mais dilacerados que o paciente”, explica.
Durantes todos os anos, há inovação, por exemplo, na pandemia de Covid-19. Raquel fazia o atendimento/ficha literária através de ligação on-line. Com apoio do setor de psicologia, recebia dos familiares uma fotografia que remedia ao universo afetivo, assim, a escritora criava uma poesia.
“Essa fotografia podia ser um animal de estimação, uma foto antiga. Eu compunha poesias, o hospital fazia impressão e entregava. Isso era um carinho imenso para um paciente de Covid, que não podia receber visitas presencialmente”.
O afago e a demonstração do quanto Raquel se importa com o tratamento de cura através da literatura também é criativo com as mãos, pois, até no papel expressa o dom, bordando em papel sulfite desenhos que remetem ao cenário literário ao lado.
O trabalho ganha ainda mais reconhecimento na próxima sexta-feira (14), com a inauguração do Jardim da Poesia, um espaço agradável onde Raquel irá escrever e dedicar poesia em forma de afeto.
A inauguração acontecerá às 14h, atividades estão marcadas para os dias 15 e 16 das 9h às 11h e das 13h às 15h; no dia 17 e 18 a partir das 9h às 11h, das 13h às 15h e das 17h às 19h.
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