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O Comando Nacional dos Bancários encerrou ontem a décima rodada de negociação com os banqueiros sem avanços na pauta de reivindicações e prometem deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de outubro, "em retaliação à rigidez dos patrões".


A categoria, que reinvidica aumento salarial de 10,3%, obteve contra-proposta de 5,2% em substituição aos 4,82% anteriores. De acordo com o presidente do Sindicato em Dourados, Joacir Rodrigues de Oliveira, o percentual está muito aquém do que pleiteiam os bancários de todo país. No entanto, apesar da disposição dos sindicatos em propor uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira, o novo índice oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) será levado à votação em assembléias marcadas para o dia 2.


De acordo com nota emitida ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), dificilmente a proposta vai passar pelas assembléias. Isto porque, além do reajuste a categoria também reivindica participação nos lucros e resultados de dois salários mais valor adicional de R$ 3.500, piso salarial de R$ 1.628,24, plano de cargos e salários em todos os bancos, 14º salário, cesta alimentação de R$ 380, 13ª cesta alimentação, auxílio-creche/babá de R$ 380, auxílio-educação para todos, e remuneração variável.


"Os bancos aumentaram sua lucratividade do ano passado para cá e não querem repassar nada para os funcionários.
Deixamos claro que a atual proposta é inaceitável. Eles estão provocando. Se essa é a única linguagem que entendem, vamos nos organizar e fazer greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de outubro. Eles conhecem nossas propostas desde agosto, mas estão radicalizando e não querem negociar com seriedade. Querem pagar, proporcionalmente, menos que o ano passado e não aceitam mexer em nada", diz Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.


Ontem, em Dia Nacional de Protesto por 24 horas, os bancos não abriram em Dourados. Apenas o auto-atendimento funcionou. Conforme o sindicato, apenas as duas agências do Bradesco acabaram atendendo o público por conta de um interdito judicial. "Os funcionários foram acionados pela gerência a retomar aos postos de trabalho", conta Joacir de Oliveira.


Segundo ele, na próxima segunda e terça-feira as agências vão atender normalmente. Mas a partir de 3 de outubro, caso a greve seja aprovada, a população vai enfrentar sérios problemas para quitar compromissos no início do mês. Para o comércio, que já começou a contratar funcionários temporários e se prepara para intensificar as vendas de final de ano, a greve dos bancários chega em hora errada.

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