A comissão designada pelo presidente da OAB/MS, Fábio Trad, para analisar fotografias e vídeo com imagens de um trote violento aplicado por alunos de Medicina Veterinária contra calouros que ingressaram neste ano no curso, vai sugerir nesta semana à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul que abra um inquérito administrativo para apontar culpados. O caso veio à público depois que um vídeo foi postado no site Youtube e retirado após repercutir na imprensa de Campo Grande. "Existem fortes indícios de crime. Se as suspeitas forem confirmadas, o caso é de polícia", disse nesta segunda-feira (24) o advogado Leandro de Moura Moura, relator da comissão da Ordem.
As fotos e vídeo foram entregues pela UFMS para análise da OAB/MS há cerca de 20 dias. A Ordem tem ainda pelo menos 40 dias de prazo para dar seu parecer. Porém, diante das evidências de crime, Moura Moura explica que já há necessidade de se tomar providências legais para dar celeridade no processo. Neste sentido, a comissão da OAB/MS pretende se reunir ainda nesta semana com a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, Rosa Maria Fernandes de Barros, encarregada do caso pela UFMS.
"Vamos conversar com a pró-reitora Rosa Maria e sugerir que a universidade federal abra uma sindicância interna para indicar culpados. Como o prazo legal dessa sindicância é de 30 dias prorrogável por mais 10 dias, a medida visa dar celeridade ao processo. Só depois disso é que, configurando-se a existência de delito penal, a universidade poderá abrir inquérito administrativo para expulsão dos acadêmicos", esclarece o advogado. "Como há indícios de crime, se o delito for confirmado, além da punição na esfera administrativa a comissão da OAB vai sugerir à UFMS o encaminhamento do material à autoridade policial competente e ao Ministério Público".
O vídeo e fotografias recebidos pela OAB/MS exibem calouros sendo obrigados por veteranos à práticas humilhantes como rolar na lama uns sobre os outros e ingerir bebidas alcoólicas. Feitas pelos próprios acadêmicos, as imagens indicam que o trote foi aplicado em uma chácara ou fazenda de Campo Grande. Toda a ação foi ordenada pelos veteranos, que chegaram a dar golpes nas costas dos calouros com pedaços de galhos de árvores para que rolassem rápido na lama e ingerissem bebidas alcoólicas. Os calouros ainda foram obrigados a empurrar um carro pelas ruas da cidade.
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