UFMS encaminha à OAB investigação sobre trote violento

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) encaminhou à OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) a investigação sobre o trote violento aplicado pelos acadêmicos do curso de Medicina Veterinária, em Campo Grande, contra os calouros que ingressaram neste ano na instituição de ensino. Cenas do trote estavam em vídeo postado no site Youtube.

Segundo a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UFMS, Rosa Maria Fernandes de Barros, a OAB deve encaminhar dentro de aproximadamente dois meses o relatório contendo a análise sobre o trote aplicado pelos acadêmicos. Os integrantes da Ordem encarregados de analisar o assunto estão ouvindo alguns estudantes que participaram do trote.

Baseado no relatório da OAB a UFMS deve definir qual será a punição para os acadêmicos que participaram do trote violento. Por enquanto, segundo a pró-reitora, a universidade aguarda o parecer da OAB para só depois definir como será o procedimento para dar continuidade às investigações e punir os estudantes.

A pró-reitora explicou que o procedimento adotado pela instituição é de orientar os alunos para que não façam mais esse tipo de trote. Uma comissão está passando nas salas de aula e mantendo contato com os alunos para que eles organizem outro tipo de recepção para os calouros. Vídeo

Durante o trote os estudantes são expostos a todo tido de humilhação, como a rolar na lama e a ingerir bebidas alcoólicas, entre outras. O vídeo mostra também uma montagem com fotos tiradas pelos veteranos durante o trote que tem duração 5 minutos e 32 segundos e teve aproximadamente 2,5 mil acessos desde que foi postado. Após as matérias veiculadas pela imprensa sobre o trote os acadêmicos tiraram o vídeo do site.

Pelo vídeo é possível notar que o trote foi aplicado fora do campus da UFMS. O vídeo mostra que o trote foi aplicado possivelmente em uma chácara ou fazenda, sendo que no local há uma poça de lama e uma pequena lagoa. No lamaçal os calouros são obrigados pelos veteranos a rolarem no barro e depois uns sobre os outros, sendo que toda a ação é filmada e fotografada pelos acadêmicos que aplicam o trote.

Eles também são obrigados a colocar na boca um líquido espumoso e depois fazerem um gargarejo, sendo que, logo em seguida, eles voltam a cuspir o líquido no recipiente (um pedaço cortado de garrafa pet) e repassam para que o outro colega repita o procedimento.

Após fazer o gargarejo com o líquido e devolvê-lo ao recipiente, os estudantes são obrigados a ingerirem bebidas alcoólicas direto do gargalo de duas garrafas que aparentemente se tratam de vodka e cachaça. Depois de ingerirem as bebidas alcoólicas, eles são obrigados a pagar uma prova que consiste em dar voltas no mesmo lugar apoiando a cabeça sobre um pedaço de pau e, em seguida, são levados para a pequena lagoa existente no local, aumentando o risco de algum calouro afogar-se.

Toda a ação é ordenada pelos veteranos que chegam a dar golpes nas costas dos calouros com pedaços de galhos de árvores para que eles rolem rápido na lama e ingiram as bebidas alcoólicas. Os calouros, conforme mostra uma das fotos, são obrigados ainda a empurrar um carro pelas ruas da cidade.