Mato Grosso do Sul está em estado de emergência em decorrência da baixa umidade relativa do ar, chegando a ficar em 11%, e da alta temperatura, de até 38º, registrados ontem pelos institutos nacionais de Meteorologia (Inmet) e de Pesquisas Espaciais (Inpe). Campo Grande teve 12% de partículas de água na atmosfera, nível considerado o mais baixo entre as capitais, e Coxim ostentou 11%, o menor nível entre os 5,5 mil municípios brasileiros.
Estando nos níveis de estado de alerta (de 12% a 20%) e de emergência (abaixo de 12%), os moradores devem ingerir bastante líquido e evitar atividades físicas e exposição ao sol das 10h às 17h, orientou o coordenador de planejamento e gerenciamento de riscos e desastres da Coordenadoria Municipal da Defesa Civil (Comdec) da Capital, Sebastião Octávio Rayol. Além disso, escolas devem evitar as tradicionais aulas de educação física. Conforme orientação da Organização Mundial de Saúde, serviços públicos, como entrega de correspondência pelos carteiros e coleta de lixo, devem ser suspensos neste período considerado crítico.
Saúde
A baixa umidade ameniza a sensação de calor sobre o ser humano. Conforme o Inmet e o Inpe, a temperatura máxima atingiu 37º em Campo Grande e 38º em Miranda. Moradores podem ter problemas de saúde por causa do clima seco, como complicações alérgicas e respiratórias, sangramento pelo nariz, irritação dos olhos e ressecamento da pele.
"O nariz do neném fica ruim", contou o universitário Rodrigo Carrijo, 24, sobre os efeitos da baixa umidade no filho, Gabriel de Almeida Carrijo, de 4 meses. Para amenizar a situação, eles colocam vasilhas com água no quarto e toalhas molhadas na cama. "Falta uma chuvinha, logo", destacou o acadêmico, enquanto tomava garapa à sombra com a babá do filho, Fernanda Silva Mendonça, 15. "Refresca", destacou.
Mas nem todo mundo reclama do clima quente e seco. Dono da barraca Caldo de Cana do Tião, Sebastião Soares dos Santos, 45, comemorou o aumento de 100% nas vendas das garapas pura e as misturadas com limão, abacaxi ou gengibre. Ele moeu, ontem, em torno de 15 dúzias de cana-de-açúcar, contra a média diária de cinco a oito dúzias. "Quanto mais quente (e seco), melhor", comemorou Tião, correndo contra o tempo para atender à demanda. Também houve aumento de 25% na venda de sorvetes, segundo o comerciante Wilson Antônio Duarte, 22, que recorreu a garapa para matar a sede.
Falta d'água
Devido ao "clima de deserto", como definiu Sebastião Rayol, aumentam ainda os riscos de incêndios em pastagens e florestas, como aconteceu na manhã de ontem em frente da Assembléia Legislativa. Mas também aumenta o consumo de água. Conforme a Águas Guariroba, devido ao grande consumo nesta época, moradores de bairros como Universitário, Pioneiros e Coronel Antonino estão enfrentando interrupções eventuais no abastecimento. "Os problemas são pontuais", garantiu a assessoria de imprensa.
Contudo, o consumo de agosto totalizou 2,935 milhões de metros cúbicos, 3,3% inferior aos 3,038 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Apesar de a estação ainda ser inverno, o consumo do mês passado quase bateu o recorde do verão deste ano, registrado em março, de 3,058 milhões de metros cúbicos.
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