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Arquivo pessoal

Trabalhamos na referência da BNCC - Base Nacional Comum Curricular, na busca de uma contextualização e identidade, as quais possibilitem ao estudante uma inserção mais centrada numa aprendizagem vivencial.
 
Identificamos, a partir da Jornada Pedagógica de 2021, a necessidade de um maior conhecimento, por parte da comunidade escolar, bem como da comunidade geral, sobre uma breve história do patrono da Escola Estadual Felipe Orro, em Aquidauana.
 
No período do carnaval de 2021, procurei a Professora Nilza Orro, minha ex-aluna no curso de Letras da UFMS, a qual é neta do nosso patrono.
 
Ela destacou, com base nas informações familiares e de uma pesquisa desenvolvida pela professora e historiadora Raquel Anderson e o professor Eronildo Barbosa da Silva, que seu avô paterno nasceu em Zahle, uma cidade a 55km de Beirute, no Líbano, em 12/05/1889, tendo como pais José Moaccar Orro e Fahada Moaccar Orro.
 
Com o processo migratório para o Brasil, a partir de registros de 1882, Felippe veio para o Brasil por convite e, carta feita pelo tio Miguel Abdalla, que morava em Corumbá, o qual tinha uma empresa de secos e molhados ao longo do percurso do Rio Paraguai.
 
Felippe chegou ao Brasil, em Corumbá, com 18 anos, após uma viagem de quase um mês de navio, a partir do porto de Trípole, em Beirute.
 
No começo, em Corumbá, Felippe Orro trabalhou como mascate, em atividades comerciais no Baixo e Alto Pantanal.
 
Em 1919, Felippe resolveu se mudar para Aquidauana, onde havia muitos imigrantes de várias nacionalidades, inclusive vários libaneses.
 
Construiu uma casa grande na Rua 7 de Setembro com a Augusto Mascarenhas, na década de 1920, onde residiu até a sua morte em 1959. A casa tinha arquitetura árabe, com uma parte destinada ao comércio de secos e molhados e armas. Também começou a atuar na área industrial, pois comprou uma chácara e junto com Rafael Sarandino criou uma fábrica de sabão, num lugar próximo à Ponte Velha.
 
Felippe era um homem alto, magro, estava sempre de terno, escrevia e falava com fluência francês, português, árabe e espanhol e lia muito, livros e jornais. 
Ao lado do médico Muniz, Felippe gostava muito de caçar perdiz aos finais de semana.
 
Seguindo uma tradição libanesa, os casamentos deveriam ocorrer entre parentes ou com pessoas indicadas por gente de confiança. Assim, Felippe se casou aos 39 anos, em 1928, com uma conterrânea de sua cidade natal Zahle, em Amparo – SP, onde a noiva residia. Adel, a esposa de Felippe, era irmã da mulher de Khalil Salamene, um dos melhores amigos de Felippe em Aquidauana.
 
Felippe trouxe sua esposa de Maria fumaça para morar na sua casa na Rua 7 de Setembro, e ela acolhia todos os fregueses do esposo com um grande sorriso e um café sem coar, tradição libanesa.
 
Em 1938, 10 anos após o enlace, o casal se alegrou com o nascimento do único filho, Roberto Moaccar Orro. Adel, a esposa de Felippe, faleceu em 17 de outubro de 1945, quando Felippe dedicou-se ao cuidado do filho, tendo o apoio de inúmeros amigos.
 
Roberto Orro já estava próximo de entrar para Faculdade de Direito, fora do Estado, quando regressou para acompanhar a morte do pai, em 26 de janeiro de 1959, aos 69 anos, na casa do tio Aziz, em Campo Grande, em decorrência de um câncer no estômago.
 
Embora o sepultamento tenha ocorrido na cidade de Campo Grande, na década de 60 Roberto Orro trouxe os restos mortais de do seu pai para ficar junto aos restos mortais de sua esposa Adel, no Cemitério Municipal de Aquidauana.

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