Arquivo Pessoal
Onde estão as argolas, do meio fio, que mantinham os cavalos, arreados, nos esperando, incrustadas, juntas aos paralelepípedos?
Onde estão as árvores que circundavam a matriz?
Cadê a pia batismal?
O flamboyant que ornamentava a saída/entrada da ponte velha?
Os velhos sobrados, as casas antigas e seus quintais, onde estão?
Restam, dentro do desespero da desesperança, a esperança de que esse céu se mantenha, de que esse morro intervenha, garantindo o calor, nosso grande valor…
Restam a necessidade de ficar por lá, onde não mora ninguém, onde eu vivo bem, onde eu sei o horário das araras, respeito o rebosteio das gralhas
Restam as alvoradas dos passarinhos, os ninhos intactos, com seus ovinhos
Restam os meus cachorros mansos a dormirem no terreiro, debaixo do meu balanço
Restam o respeito por essa terra, à espera do florir da primavera
Restam o pilão com seu socador, à cada socada no arroz, esvaem-se todo torpor
Restam as lembranças das compras nas cadernetas, a confiança que aprendemos/apreendemos na infância
Restam os pedregulhos dos toritos
A felicidade era lamber um pirulito
A feliz cidade varrida com vassoura de guanxuma, sem nevoeiro, nem bruma
Resta pouco, restam muitos desejos dos sonhos que antevejo, quando olho Aquidauana pela fresta, com medo de acabar o muito do pouco que ainda resta!
Maria Rute
Governo Federal
Relicitação ocorre na B3, em São Paulo
São Gabriel do Oeste
Ele teria perdido o controle de direção e colidiu na ponte, morrendo preso às ferragens
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