Um tratamento complementar de acupuntura a cada três meses melhora consideravelmente a saúde de doentes de fibromialgia, se comparado a pacientes que passam somente pelo tratamento convencional, com medicamentos e fisioterapia. Essa é a conclusão da tese defendida em agosto pela médica Rosa Alves Targino de Araújo, na Faculdade de Medicina (FMUSP) da USP.
O estudo, que será premiado no Congresso da Sociedade para a Pesquisa em Acupuntura (SAR) em novembro, nos Estados Unidos, mostrou resultados positivos em pacientes de 21 a 71 anos, submetidos a 20 sessões de acupuntura, duas vezes por semana. Os três meses que se seguiram à ultima sessão mostraram-se benéficos. Depois disso, provavelmente seria necessário outro bloco de 20 sessões. Durante dois anos, foram acompanhadas 58 mulheres. Em 34 delas foi aplicada a acupuntura, além da terapia convencional. As 24 restantes fizeram parte do grupo controle.
"Não se encontrou, ainda, um tratamento efetivo e especÃfico para essa sÃndrome complexa. O que se busca hoje é o alÃvio sintomático da dor, e como há necessidade de medicamentos antidepressivos, por exemplo, é importante buscar outras terapêuticas apropriadas, que cheguem à sua origem para melhora dos sintomas e da qualidade de vida", comenta Rosa. Segundo a médica, a literatura cientÃfica fala da eficácia da acupuntura para reduzir os efeitos da sÃndrome. "Na tese, concluo que a associação da acupuntura ao tratamento convencional, com antidepressivos e exercÃcios, é benéfica para doentes com fibromialgia no perÃodo de três meses após o término do tratamento, bem como melhora a dor e a qualidade de vida".