A época da antimoda volta com tudo, para Tereza Santos. Calças boca-de-sino, couros envelhecidos, camisetinhas com cara de usadas e velhinhas, bolsas gigantescas, em peles e tricôs: está tudo lá, só que sem a autenticidade dos velhos tempos dos anos 70.
Calma, isto não é um defeito, é conseqüência das revisões da moda. Ninguém espera que os vestidos de melindrosas voltem só para dançar charleston: quando eles voltam à tendência, aproveitam-se as franjas e a cintura baixa, e pronto.
No caso da Tereza, a mineirinha com show-rooms pelo mundo e corner com cadeado de segurança nas Galeries Lafayette (porque a roupa é cara e cobiçada), acertou nas calças justas nas coxas e soltas na barra, em couro ou jeans escuro, nos vestidos longos, em tricô metalizado, arrematados por babados, em tons de ouro, e nas saionas compridonas, perfeitas para as garotas que querem uma opção para as muitas minis propostas pelas coleções de inverno. Quanto aos suéteres com diversos tipos de pontos e fios, ficam parecendo mostruários de armarinho.
Atenção, quem já teve o prazer de sair arrastando suas saias e prendendo a barra da boca-de-sino pelas ruas, no tempo em que estes looks eram sinais de rebeldia, de adesão a uma filosofia hippie. Estas senhoras (certamente são senhoras, embora se recusem a admitir) devem evitar repetir a dose. Uma das leis da moda reza que peças marcantes que já foram usadas, não se usa mais. Tipo: ter 50 anos e voltar à microssaia; ter 60 e festejar a volta das túnicas transparentes.
Este inverno da Tereza é para a garotada que nem sabe o que é hippie, quer apenas sair bonita.