As cenas são violentas. O homem, de mãos amarradas às costas, pede clemência. Tenta conversar. Pede ajuda. Sua agonia é filmada por seus algozes. Eles vão matar a vítima depois de mais de duas horas de tortura. Golpes de facão. Golpes de tacape. Flechadas. Ele está deitado, de costas, ensanguentado. Está tudo gravado. O vídeo, postado no youtube, choca.
Trata-se dos momentos trágicos enfrentado pelo fazendeiro Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, morto por índios da etnia guarani-kaiowá no assentamento Lagoa Rica, no município de Douradina, em Mato Grosso do Sul. O assassinato está ligado à questão da terra e tem gerado indignação no país pelos requintes de crueldade que podem ser vistos, para quem tiver coragem, no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/watch?v+YnNBCIRTKI
Caldeirão
Em seu site o rondoniense Sérgio Pires comenta o fato e lembra que em seu Estado 27 pessoas foram trucidadas da mesma forma por questões envolvendo a terra. No Estado de Mato Grosso a questão da remarcação de terras está na pauta de intensas discussões. Municípios produtores de grãos com o Juína e Brasnorte correm o risco de perderem grande parte de suas terras para etnias indígenas.
Por lá, segundo um colaborador de O PANTANEIRO, o clima é tenso. O prefeito de Juína, Hermes Lourenço Bergamim, em recente entrevista, desabafou sobre os danos para a sobrevivência do município caso um novo mapeamento das áreas indígenas seja feito. Para ele, com tantas terras ociosas na Amazônia brasileira, poderia se discutir um projeto de ocupação específica para as diversas etnias.